O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e a ex-senadora Marina
Silva apoiaram o governo do ex-presidente Luiz inácio Lula da Silva, mas
se uniram oficialmente neste sábado (5) para contrapor a
pré-candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff.
Após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitar na última semana o
registro do partido que ela fundou, o Rede Sustentabilidade, por falta
de comprovação do número de assinaturas de apoio previsto em lei, Marina assinou ficha de filiação ao PSB,
partido presidido por Campos. Ela afirmou que apoia a candidatura de
Eduardo Campos, mas não disse se será vice na chapa encabeçada pelo
pernambucano.
Nascida no Acre, Marina Silva iniciou a trajetória política em
movimento de seringueiros, na década de 80, quando fundou a CUT. Em
1985, entrou para o PT, partido pelo qual se elegeu ao Senado em 1995
com 36 anos. Defendeu a eleição de Lula na campanha de 2002.
Em 2003, começo do governo Lula, virou ministra do Meio Ambiente, cargo
que ocupou até 2008. Durante o período como ministra, teve atuação
marcada por embates com outras esferas do governo, incluindo a então
chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que criticava demora de órgãos
ambientais para liberar obras de infraestrutura. Após divergências
públicas, Marina deixou o cargo.
Meses depois, em 2009, trocou o PT pelo PV, partido pelo qual se
candidatou nas eleições de 2010. Ela ficou em terceiro lugar e registrou
mais de 19 milhões de votos, mas decidiu não apoiar nem Dilma e nem o
adversário do segundo turno, José Serra. Em junho de 2011, Marina
decidiu deixar o PV após divergências internas e passou a atuar para a
criação da Rede Sustentabilidade.
Ao analisar o pedido de registro da Rede, porém, o Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) considerou que o partido não comprovou o apoio mínimo
necessário para a criação de uma legenda - 492 mil assinaturas. Marina
foi convidada por outras legendas, mas decidiu ir para o PSB.
Já o governador Eduardo Campos, que registrou a melhor avaliação entre os governadores
em pesquisa Ibope realizada neste ano, era um dos principais aliados do
governo Dilma até que, há duas semanas, anunciou que o partido deixaria
seus cargos no governo federal para "ficar à vontade" para "debater" o
Brasil em vista das eleições presidenciais de 2014.
"Não precisamos concordar sobre tudo. Pelo contrário, temos pontos de
divergência. Era mais difícil explicitar essas divergências por estar
servindo ao governo e agora fica mais fácil a gente fazer esse debate
sem nenhum tipo de constrangimento", disse Campos na ocasião.
Segundo o último levantamento do Ibope sobre a disputa presidencial,
Marina estava em segundo lugar com 16% das intenções de voto, enquanto
Campos tinha 4%, na quarta colocação.
Programas e partidos
No acordo entre Marina e Eduardo ficou acertada uma "convergência" dos programas partidários de cada partido. Isso inclui incorporar ao PSB propostas já preparadas pelo grupo da ex-senadora, identificada com a defesa do desenvolvimento sustentável..
No acordo entre Marina e Eduardo ficou acertada uma "convergência" dos programas partidários de cada partido. Isso inclui incorporar ao PSB propostas já preparadas pelo grupo da ex-senadora, identificada com a defesa do desenvolvimento sustentável..
Desde que teve negado o registro da Rede para concorrer em 2014, Marina
recebeu convite de várias siglas, como o novato PEN e integrantes do
PTB, além do próprio PPS. Agora, Marina e Campos devem buscar mais
aliados para fortalecer a campanha do ano que vem.
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