sábado, 5 de outubro de 2013

Marina Silva se filia ao PSB, partido de Eduardo Campos

A ex-senadora do Acre Marina Silva assinou neste sábado (5), em evento no Hotel Nacional, em Brasília, ficha de filiação ao PSB, partido presidido pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

Após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitar o registro do partido que ela fundou, o Rede Sustentabilidade, por falta de comprovação do número de assinaturas de apoio previsto em lei, Marina havia sido convidada por outras legendas, como PPS e PEN. 
Este sábado era o último dia para que a ex-senadora se filiasse a algum partido - pela legislação eleitoral, quem quer concorrer nas eleições deve estar filiado ao partido um ano antes da eleição.

A aliança política entre Marina e Campos foi costurada entre a noite de sexta e a manhã deste sábado. Ainda durante a noite, Eduardo Campos desembarcou em Brasília para propor a união.

Em entrevista ao portal de noticias G1, um dos principais auxiliares de Marina, Bazileu Margarido, informou que ela se colocou à disposição para ser vice numa chapa encabeçada pelo pernambucano. Ambos aparecem nas pesquisas eleitorais como pré-candidatos à Presidência da República nas eleições do ano que vem - segundo o último levantamento do Ibope, Marina estava em segundo com 16% das intenções de voto, enquanto Campos tinha 4%.

Apesar das especulações sobre a possibilidade de ela ser candidata a vice, Marina se limitou a anunciar sua filiação ao lado de Campos. A decisão sobre como será a composição da chapa deve ser tomada no ano que vem.

Em discurso na cerimônia de filiação, Marina agradeceu ao PSB por fazer aliança com a Rede, apesar de o partido não estar oficialmente criado. Após o TSE barrar o registro, a Rede terá que apresentar mais assinaturas de apoio.

"Somos o primeiro partido clandestino criado em plena democracia. Quero agradecer aos companheiros do PSB a chancela política e eleitoral que a Justiça eleitoral não nos deu."

Ela afirmou ainda que continuará "porta-voz" da Rede e que sua filiação ao PSB é "democrática". "Eu continuarei porta-voz da Rede Sustentabilidade. [A filiação ao PSB] É filiação democrática. Não é o mais do mesmo, nao é previsivel. É o que surpreendeu. Porque a política não é só previsibilidade."

Marina citou ainda que não pretende fazer "oposição por oposição". "Achavam que já tinham nos abatido, mas estamos aqui para dizer que essa aliança não é para destruir, é para construir. Nosso objetivo não é oposição por oposição, nem situação por situação, é assumir posição."

Segundo interlocutores, pesou na decisão o desejo comum de Eduardo Campos e Marina de construir uma "terceira via" no cenário político, que fuja da polarização entre PT e PSDB,  consolidada nas últimas eleições presidenciais. Há cerca de duas semanas, Campos anunciou que o PSB deixaria os cargos no governo federal para "ficar à vontade" para "debater" o Brasil.

Ainda pela manhã, Marina se reuniu com o presidente do PPS, Roberto Freire, para comunicar a proposta e tentar compor uma aliança. Freire, no entanto, que havia oferecido o PPS para Marina concorrer ao Planalto, não se comprometeu com o apoio e manifestou posição crítica à aliança.

Programas e partidos
No acordo entre Marina e Eduardo ficou acertada uma "convergência" dos programas partidários de cada partido. Isso inclui incorporar ao PSB propostas já preparadas pelo grupo da ex-senadora, identificada com a defesa do desenvolvimento sustentável.

Desde que teve negado o registro da Rede para concorrer em 2014, Marina recebeu convite de várias siglas, como o novato PEN e integrantes do PTB, além do próprio PPS. Agora, Marina e Campos devem buscar mais aliados para fortalecer a campanha do ano que vem.

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