A ex-senadora do Acre Marina Silva assinou neste sábado (5), em evento
no Hotel Nacional, em Brasília, ficha de filiação ao PSB, partido
presidido pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
Após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitar o registro do partido
que ela fundou, o Rede Sustentabilidade, por falta de comprovação do
número de assinaturas de apoio previsto em lei, Marina havia sido convidada por outras legendas,
como PPS e PEN.
Este sábado era o último dia para que a ex-senadora se
filiasse a algum partido - pela legislação eleitoral, quem quer
concorrer nas eleições deve estar filiado ao partido um ano antes da
eleição.
A aliança política entre Marina e Campos foi costurada entre a noite de
sexta e a manhã deste sábado. Ainda durante a noite, Eduardo Campos
desembarcou em Brasília para propor a união.
Em entrevista ao portal de noticias G1, um dos principais auxiliares de Marina, Bazileu Margarido, informou que ela se colocou à disposição para ser vice
numa chapa encabeçada pelo pernambucano. Ambos aparecem nas pesquisas
eleitorais como pré-candidatos à Presidência da República nas eleições
do ano que vem - segundo o último levantamento do Ibope, Marina estava em segundo com 16% das intenções de voto, enquanto Campos tinha 4%.
Apesar das especulações sobre a possibilidade de ela ser candidata a
vice, Marina se limitou a anunciar sua filiação ao lado de Campos. A
decisão sobre como será a composição da chapa deve ser tomada no ano que
vem.
Em discurso na cerimônia de filiação, Marina agradeceu ao PSB por fazer
aliança com a Rede, apesar de o partido não estar oficialmente criado.
Após o TSE barrar o registro, a Rede terá que apresentar mais
assinaturas de apoio.
"Somos o primeiro partido clandestino criado em plena democracia. Quero
agradecer aos companheiros do PSB a chancela política e eleitoral que a
Justiça eleitoral não nos deu."
Ela afirmou ainda que continuará "porta-voz" da Rede e que sua filiação
ao PSB é "democrática". "Eu continuarei porta-voz da Rede
Sustentabilidade. [A filiação ao PSB] É filiação democrática. Não é o
mais do mesmo, nao é previsivel. É o que surpreendeu. Porque a política
não é só previsibilidade."
Marina citou ainda que não pretende fazer "oposição por oposição".
"Achavam que já tinham nos abatido, mas estamos aqui para dizer que essa
aliança não é para destruir, é para construir. Nosso objetivo não é
oposição por oposição, nem situação por situação, é assumir posição."
Segundo interlocutores, pesou na decisão o desejo comum de Eduardo
Campos e Marina de construir uma "terceira via" no cenário político, que
fuja da polarização entre PT e PSDB, consolidada nas últimas eleições
presidenciais. Há cerca de duas semanas, Campos anunciou que o PSB deixaria os cargos no governo federal para "ficar à vontade" para "debater" o Brasil.
Ainda pela manhã, Marina se reuniu com o presidente do PPS, Roberto
Freire, para comunicar a proposta e tentar compor uma aliança. Freire,
no entanto, que havia oferecido o PPS para Marina concorrer ao Planalto,
não se comprometeu com o apoio e manifestou posição crítica à aliança.
Programas e partidos
No acordo entre Marina e Eduardo ficou acertada uma "convergência" dos programas partidários de cada partido. Isso inclui incorporar ao PSB propostas já preparadas pelo grupo da ex-senadora, identificada com a defesa do desenvolvimento sustentável.
No acordo entre Marina e Eduardo ficou acertada uma "convergência" dos programas partidários de cada partido. Isso inclui incorporar ao PSB propostas já preparadas pelo grupo da ex-senadora, identificada com a defesa do desenvolvimento sustentável.
Desde que teve negado o registro da Rede para concorrer em 2014, Marina
recebeu convite de várias siglas, como o novato PEN e integrantes do
PTB, além do próprio PPS. Agora, Marina e Campos devem buscar mais
aliados para fortalecer a campanha do ano que vem.

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