Após o ex-governador José Serra (SP) anunciar que não disputará
a indicação do PSDB para ser candidato a presidente da República na
eleição de 2014, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) apresentou nesta
terça-feira (17), na Câmara dos Deputados, propostas para a disputa
presidencial e defendeu uma “mudança definitiva” no Brasil.
Presidente nacional do PSDB,
Aécio disse que está “ansioso” para debater com os brasileiros um
projeto de governo. “Estou ansioso para encontrar com os brasileiros em
cada canto do país e dizer: ‘Estou pronto para o debate’.”
Apesar de se dizer “pronto" e de ter apresentado os temas que o PSDB
defenderá na campanha, o senador não quis se declarar candidato do
partido à Presidência. Em entrevista à imprensa, após o discurso, ele
afirmou que a decisão de José Serra de não disputar a eleição
presidencial foi um “gesto de desprendimento”.
“É um gesto na direção da unidade partidária. Só que o PSDB tem uma
agenda e vai definir o momento de lançamento [do candidato] a partir da
sua direção partidária, ouvindo cada um dos estados brasileiros. É um
gesto de desprendimento do ex-governador”, afirmou.
Aécio Neves afirmou que o PSDB vai enfrentar “unido” a disputa eleitoral de 2014 e fará uma “oposição sem adjetivos”.
“Não está definida a candidatura do PSDB. O que posso dizer é que se eu
for o candidato, serei o intérprete do sentimento de muitos [...] O que
posso dizer é que a nossa unidade é real, para desalento de muitos de
nossos adversários, o PSDB vai estar unido nas eleições.”
O tucano disse ainda ter certeza de que o partido chegará ao segundo
turno nas eleições presidenciais. “Vamos apresentar um projeto claro de
alternância, de eficiência na gestão pública. Um projeto ético e ousado
e, por isso, vai ao segundo turno e vencer as eleições.”
Propostas
Aécio disse que defenderá uma “reconciliação” do Brasil com o passado, sobretudo com os anos em que Fernando Henrique Cardoso governou o país.
Aécio disse que defenderá uma “reconciliação” do Brasil com o passado, sobretudo com os anos em que Fernando Henrique Cardoso governou o país.
“Subo na tribuna para propor uma mudança definitiva, que passe pela
reconciliação dos brasileiros com a própria história. Não podemos ser
passivos com a tentativa de alguns de reescrever a história, dizer que o
Brasil começou em 2003”, afirmou, em referência ao ano de início dos
governos do PT.
O senador tucano afirmou que FHC é o “maior estadista ainda vivo”. Para
ele, o PT levou o Brasil a ficar “desacreditado” internacionalmente ao
fazer o que chamou de “contabilidade criativa”. Segundo ele, a
estabilidade econômica está em “risco”.
“Criamos a responsabilidade fiscal. Eles criaram a contabilidade
criativa, que tem desacreditado o Brasil. A manipulação dos dados e a
incompetência em controlar o Brasil fez com que a Petrobras perdesse 40%
de seu valor de mercado”, frisou.
Aécio acusou o PT de querer dividir o Brasil. “Sei a dimensão do
desafio, mas não temo em momento algum porque tenho a dimensão clara de
que o Brasil precisa começar um novo ciclo. O Brasil não é vermelho e
não é do PT, não é azul e não é do PSDB. É verde e amarelo e é de
todos.”
O tucano prometeu fortalecer o Legislativo e dar autonomia aos
governantes locais, para que prefeitos não precisem vir a Brasília com
“pires na mão” em busca de investimentos do governo federal.
“Vamos fortalecer o Legislativo, que hoje está de cócoras para o Poder
Executivo. [...] Eles ressuscitaram o coronelismo dos piores tempos”,
afirmou.
Ele também defendeu compromissos com a proteção ambiental. “Queremos
aumentar a produção e manter a sustentabilidade. Reduzir a queima de
combustíveis fósseis e fontes poluentes.”
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