Potencial candidato à Presidência da República em 2014, o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos,
afirmou nesta segunda-feira (28) que seu partido irá lançar até
dezembro uma prévia do programa de governo da candidatura ao Palácio do
Planalto. Nesta segunda, a cúpula do PSB se reuniu, em São Paulo, com
integrantes da Rede Sustentabilidade para começar a elaborar um programa
de governo conjunto.
"Estamos iniciando a discussão. Vamos ter um documento de referência até dezembro", prometeu Campos durante o encontro.
A reunião de trabalho desta segunda foi o primeiro encontro programático entre o PSB e a Rede desde que a ex-senadora Marina Silva anunciou sua filiação à legenda comandada pelo governador pernambucano, em 5 de outubro.
Durante entrevista coletiva concedida durante o evento, Marina foi
indagada sobre se ela se incomodava com as alianças costuradas por
Campos no governo de Pernambuco. O dirigente do PSB abriga 14 partidos em sua administração estadual.
Ao responder aos repórteres, a ex-senadora enfatizou que se as alianças
do pernambucano fossem "fisiológicas" ele não seria o governador mais
bem avaliado do país.
"Se fosse uma gestão puramente fisiológica, [Campos] não seria o governador mais bem avaliado do país", ressaltou.
Apesar de defender as alianças costuradas pelo presidente do PSB,
Marina ponderou que as parcerias eleitorais no país devem ser negociadas
com base em programas, e não "pura e simplesmente" com foco em
"nomeações e reposições de cargos".
Sentado ao lado da ex-ministra do Meio Ambiente, Campos afirmou que PSB
e Rede têm "muita identidade". "As pessoas que militam no PSB têm
perfeita compreensão do papel que a Rede tem para a política
brasileira", destacou o governador.
Questionado sobre o fato de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
atuar como cabo eleitoral de Dilma Rousseff, Eduardo Campos evitou
polemizar. "Cada um faz o que pode, do jeito que pode", ironizou.
Aliança programática
Crítica do lotamento da administração pública pelos partidos, Marina
Silva disse que a aliança programática firmada entre o PSB e a Rede não
significa que o grupo governará sozinho caso vença a eleição
presidencial. "Jamais poderá ser a distribuição do cargo pelo cargo",
destacou.
A ex-senadora disse que, na hipótese de o candidato do PSB se eleger
para o Palácio do Planalto, o partido pretende atrair para o governo as
legendas que ocuparam a Presidência desde 1995.
"Se ganharmos, queremos governar com os melhores do PT, os melhores do
PMDB, os melhores do PSDB, porque acredito que essas pessoas existem em
todos os partidos e têm ideias e compromissos com programa em todos os
partidos. E estamos dizendo antes para que ninguém diga depois: 'vocês
agora que ganharam estão aí conversando com o Lula, com o Fernando
Henrique'", observou.
Mesas redondas
No encontro do PSB e da Rede, realizado em um centro empresarial de São
Paulo, integrantes das duas legendas passaram o dia debatendo eventuais
consensos sobre diferentes temas. Em meio às reuniões, Marina Silva e
Eduardo Campos passavam pelas mesas de debates e interagiam com os
participantes.
As duas siglas pretendem usar o resultado das discussões no plano de
governo socialista que será elaborado para a disputa pelo Planalto.
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