A taxa de
desemprego iniciou 2015 em alta, alcançando o maior índice desde setembro de
2013, quando bateu 5,4%.
O indicador
ficou em 5,3% em janeiro, depois de atingir 4,3% no mês anterior e 4,8% no primeiro mês de 2014.
Os dados
foram divulgados nesta quinta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE).
“Na
passagem para janeiro, dois fatores podem estar atuando [no aumento do
desemprego]: processo de início de dispensa de temporários que foram
contratados anteriormente ou o processo de aumento da procura por pessoas que
haviam interrompido a procura no fim do ano. Cada ano pode ter uma
configuração”, disse Adriana Araújo Beringuy, técnica da Coordenação de
Trabalho e Rendimento do IBGE.
A
especialista explicou que em dezembro a pesquisa registra taxas mais baixas por
causa da pouca procura por trabalho nas duas últimas semanas do ano. “Quando
você vira o ano, você inicia um processo de pressão no mercado de trabalho.”
A população
desocupada cresceu 22,5%, para 1,3 milhão de pessoas. Em relação a janeiro do
ano passado, o aumento foi menor, de 10,7%. Já a população ocupada somou 23
milhões, registrando uma queda de 0,9% diante de dezembro, mas ficou estável na
comparação com o primeiro mês de 2014.
O nível da
ocupação (proporção de pessoas ocupadas em relação às pessoas em idade ativa)
ficou em 52,8%.
No setor
privado, o número de trabalhadores com carteira assinada caiu 2,1% em relação a
dezembro, para 11,6 milhões e 1,9% diante de janeiro de 2014.
O
desemprego aumentou na maioria das regiões analisadas pela pesquisa. No Recife,
a taxa subiu de 5,5% para 6,7%; em Salvador, de 8,1% para 9,6%; em Belo
Horizonte, de 2,9% para 4,1%; em São Paulo, de 4,4% para 5,7%. Nos outros
locais, o índice não variou de dezembro de 2014 para janeiro de 2015.
“O caso de
São Paulo, em termos das populações, você observa processo de dispensa da
atividade econômica, umas mais outras menos, e por outro lado, tem crescimento
da procura por trabalhado. Então, isso fez aumentar a taxa na região. De
maneira mais significativa, teve na educação, saúde e administração pública,
que houve dispensa de 90 mil pessoas. (…) Esse movimento repercutiu sim para o
dado do total das seis regiões”, afirmou.
Ao
contrário dos outros indicadores, o dos salários mostrou alta nas duas
comparações. Ao chegar a R$ 2.168,80 em janeiro de 2015, o rendimento real
médio dos trabalhadores ficou 0,4% acima do valor de dezembro e 1,7% na
comparação com janeiro do ano anterior.
Os salários
ficaram menores em Porto Alegre (2,1%) e no Rio de Janeiro (1,5%), mas
cresceram em Salvador (2,9%), no Recife (1,5%), em Belo Horizonte (1,4%) e em
São Paulo (1,0%).
Na
comparação com janeiro de 2014, foram registradas altas em Salvador (14%), no
Rio de Janeiro (1,9%), em São Paulo (1,5%) e no Recife (1,3%). Em Belo
Horizonte, a queda foi de 2,2% e em Porto Alegre, não houve alteração.
O salário
que mais aumentou, 2,2%, foi o dos profissionais de educação, saúde e
administração. Ficaram mais baixos os rendimentos nas áreas de construção
(-1,2%) e outros serviços (-2,4%). Na comparação anual, os salários do comércio
caíram 1,1%.
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