A Polícia Militar do Distrito Federal informou que levou para a
delegacia cerca de 50 pessoas nesta sexta-feira (15) após manifestação
na Praça dos Três Poderes, em Brasília, local onde estão localizados o
Supremo Tribunal Federal (STF), o Palácio do Planalto e o Congresso
Nacional. Segundo a PM, os manifestantes foram detidos ao romperem
barreiras de proteção do STF e do Planalto; cerca de 14 eram menores e
foram encaminhados para a Delegacia da Criança e do Adolescente.
De acordo com os próprios manifestantes, um dos motivos do protesto era
o que chamaram de "regalias" para os condenados no processo do mensalão
presos nesta sexta, como o fato de não terem sido usadas algemas nas
prisões. O presidente do STF, Joaquim Barbosa, expediu mandado de prisão
de 12 réus no meio da tarde.
Segundo a PM, foram encontrados com os manifestantes máscaras, rojões,
artefatos para produção de coquetel molotov, drogas e canivete. Os 50
manifestantes foram encaminhados à 5ª Delegacia de Polícia Civil,
responsável por investigar os crimes cometidos na região central de
Brasília.
O major Claudio Santos disse ao portal de notícias G1 que a acusação contra os detidos é de formação de quadrilha e dano ao patrimônio público.
"O problema é que eles passaram da barreira aceitável para manifestação
e passaram a ter atitudes agressivas, começaram a forçar a barreira do
Planalto e do STF. E aí quando quebrou a Polícia Militar agiu porque
havia o risco real de eles invadirem as duas casas", afirmou o major.
Ainda segundo ele, a detenção foi feita após as barreiras de ferro
serem rompidas. "A partir da hora que eles passaram daquela área que era
aceitável, nós intervimos e fizemos a detenção. Não houve confronto
físico, a gente fez a imobilização de forma muito rápida e sem
violência", completou.
De acordo com o major, 180 policiais participaram da operação. "Eles
foram agressivos, temos filmagens, elas vão ser analisadas. As pessoas
serão confrontadas com imagens e aqueles em que for comprovada a
participação, eles vão arcar com suas ações", afirmou.
O advogado que defende os manifestantes, Gilson dos Santos, afirmou que
vai pedir a liberdade provisória para que eles não sejam levados para
um presídio. "O delegado informou que não vai ter fiança porque estão
sendo autuados por dano e formação de quadrilha. Como os dois são
combinados, não dá fiança. Vamos entrar com liberdade provisória para
ver se eles não são transferidos para o presídio, eles ficariam na
carceragem", afirmou o advogado.
Para ele, a ação da polícia foi "arbitrária". "O delegado está fazendo a
prisão de forma arbitrária. No direito penal, você tem que
individualizar a pena. Se só tem duas grades quebradas, só duas pessoas
podem ser presas, que são as pessoas que quebraram. Então basta que o
policial diga quem foi o responsável", argumentou o Gilson dos Santos.
O advogado informou ao G1 que foram autuados 25 homens
e sete mulheres; até as 0h, 12 homens e 3 mulheres ainda permaneciam na
5ª DP. De acordo com a Polícia Militar, não houve pichação ou
depredação do Palácio do Planalto ou do Supremo Tribunal Federal.


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