Renato Gaúcho foi um dos maiores atacantes do futebol brasileiro entre
os anos 80 e 90. Rápido e habilidoso, fez história ao dar um Mundial ao
Grêmio e conquistar incontáveis títulos por outros clubes. Mas não
espere que os times dele joguem como ele. Neste domingo, com uma grande
exibição de Dida e apenas uma chance de gol, o Tricolor gaúcho venceu o
São Paulo por 1 a 0, no Morumbi, e voltou a vencer no Campeonato
Brasileiro.
Dida parece ficar ainda maior que seus 1,95m quando está no Morumbi.
Vira uma barreira, uma muralha intransponível para atrapalhar o São
Paulo. Se em 1999, pelo Corinthians, pegou dois pênaltis de Raí, agora
segurou um time todo. Pegou tudo, principalmente de Luis Fabiano. De seu
campo, viu Vargas ganhar da zaga de cabeça após cruzamento de Alex
Telles e garantir a vitória. Os são-paulinos reclamam de pênalti em
toque de mão de Kleber após falta batida por Reinaldo.
- Não é possível que ele (Heber Roberto Lopes) não tenha visto. Todo
mundo viu que foi mão. E o pior é que ele nem vai assumir - reclamou
Rogério Ceni, 40 anos, um a mais que Dida e com a coincidência de ambos
terem sido reservas de Marcos na conquista do penta com a Seleção, em
2002.
O Grêmio volta a triunfar depois de quatro partidas de jejum na
temporada. Mais do que isso, renasce na briga pelo título nacional,
somando agora 42 pontos, e dá um passo importante para, pelo menos, se
classificar para a Taça Libertadores de 2014. Na quarta-feira, faz um
confronto direto contra o Atlético-PR, às 19h30m, na Arena.
Já o São Paulo se complica. E muito. Depois de três vitórias com Muricy
Ramalho, o time já acumula outras três partidas sem vencer. Os
paulistas seguem com 27 pontos e muito próximos da zona do rebaixamento.
A equipe enfrenta o Santos, quarta-feira, às 22h, na Vila Belmiro.
Dida salva o Grêmio
Entra jogo, sai jogo, e o São Paulo continua com enormes dificuldades
para fazer gols. Nervosismo, deficiência técnica, azar. As
justificativas podem ser as mais variadas para um time que tem dois
grandes armadores, raridade no futebol brasileiro, mas não consegue
concretizar o que cria. O Grêmio, satisfeitíssimo com o empate, fez de
tudo para segurá-lo e se apegou a uma grande exibição de Dida até o
intervalo.
O goleiro, de 39 anos, parecia bem maior do que seu 1,95m. Luis Fabiano
que o diga. Apesar da retranca montada por Renato Portaluppi, o São
Paulo conseguiu chegar várias vezes com perigo. Logo aos dois minutos,
Osvaldo cruzou da esquerda, Alex Telles não cortou e a bola sobrou para o
Fabuloso chutar forte. Dida defendeu, soltou e conseguiu evitar que ela
entrasse após passar por baixo de seu corpo.
O 4-3-3 do Grêmio não passava de teoria. Vargas jogou aberto pela
esquerda para impedir que o lado direito rival avançasse. Com Souza,
Riveros e Ramiro no meio, os gaúchos só marcaram. Kleber e Barcos
ficaram isolados na frente e quase não produziram. O Gladiador, em uma
guerra constante com os defensores, ainda tentou um chute da entrada da
área. Sem perigo.
O São Paulo cresceu quando Jadson, Ganso e Luis Fabiano se aproximaram
no gramado. Com toques rápidos, abriram a defesa adversária, e os
paulistas criaram novamente. Por azar, Dida voltou a aparecer de novo.
Outra vez, com o Fabuloso recebendo passe na área e parando em grande
defesa do veterano gigante. Antes do fim, foi a vez de Wellington
disparar de trás, aplicar um drible da vaca em Pará e chutar com desvio
perto da trave. Seria um golaço.
Grêmio: uma chance, três pontos
O São Paulo voltou para o segundo tempo com o mesmo ímpeto ofensivo. A
velocidade do ataque permitiu que o time chegasse bem à área rival.
Dida, porém, não queria facilitar. Primeiro, voltou a parar Luis Fabiano
em chute cruzado. Depois, segurou a batida de Paulo Miranda e ainda
impediu que Douglas marcasse. Era o dia dele.
O Tricolor local entrou em desespero em virtude de um pênalti não
marcado. Reinaldo cobrou falta, e Kleber esticou o braço acima da cabeça
e desviou a bola. Heber Roberto Lopes ignorou. O castigo veio logo em
seguida, aos 23. Em um de seus poucos ataques, o Grêmio ficou em
vantagem Alex Telles avançou pela esquerda, evitou que a bola saísse
pela linha de fundo e cruzou. Vargas se antecipou aos zagueiros e
desviou de cabeça no canto direito.
O São Paulo foi com tudo para cima, mas sem tanta organização não
conseguiu sufocar como antes. Dida continuou jogando muito. Mesmo quando
não precisou se desdobrar, parecia ter traves abençoadas. Foi assim
quando Rodrigo Caio ficou com a bola livre na área e chutou para fora,
levando ao desespero os mais de 41 mil torcedores presentes.
Nos minutos finais, os paulistas pareciam aceitar a derrota. Por mais
que tentassem, nada era capaz de colocar a bola nas redes. Rogério Ceni
ainda tentou em nova cobrança de falta. Dida, outra vez, pegou. Na
chance final, Antônio Carlos aproveitou escanteio, desviou, mas a bola
passou rente à trave.
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