O Ministério da Educação
estuda uma proposta para reativar bons professores que estejam
aposentados oferecendo uma complementação salarial para que eles possam
atuar em escolas púiblicas com desempenho ruim no Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e nos municípios com baixo
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Esta é uma das ideias debatidas
para fazer parte do Programa Mais Professores, que o governo federal
pretende lançar para colocar professores com boa formação na rede
pública de ensino.
Segundo o ministro da Educação Aloizio Mercadante, este foi um dos
temas discutidos em uma reunião que o ministro teve com a Confederação
Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) na terça-feira (10) para
discutir o Mais Professores. "O que nós pretendemos fazer é um edital: o
MEC complementaria o salário que a prefeitura paga para colocar, nos
municípios de muito baixo IDH e nas escolas de baixo Ideb, um professor
experiente aposentado. Nestes locais é mais difícil colocar um professor
mais experiente e com a melhor formação para tentar melhorar com mais
rapidez a qualidade do ensino".
O ministro não explicou qual seria o valor da bolsa para atrair estes professores.
Mercadante explicou que o Mais Professores e será diferente do programa
Mais Médicos do governo federal, que traz médicos de outros países para
atuar no sistema público de saúde. "O problema dos médicos no Brasil é
que nós temos uma baixa oferta de médicos. O caso dos professores, nós
não temos como trazer professores de fora, os salários que se paga no
Brasil não atraem ninguém. É uma ilusão imaginar que a consiga trazer
bons professores com o salário que nós pagamos. Nós precisamos melhorar o
salário do professor para poder resolver o problema da educação no
Brasil."
Enquanto nos Mais Médicos os contemplados recebem uma bolsa de R$ 10
mil mais ajuda de custo, os professores da rede pública enfrentam
dificuldades até para que estados e municípios paguem o piso salarial
para docentes da educação básica, de R$ 1.567.
Mercadante explicou que CNTE, estados e municípios discutem
alternativas para o reajuste do piso salarial da educação, que incluem a
inflação e a variação da verba do Fundeb. As propostas apresentadas
divergem sobre o quanto dessa variação deve ser acrescentada.
"Qualquer alteração no piso nacional, só quem pode fazer é o Congresso
Nacional. Qualquer proposta só terá apoio do MEC se garantir aumento
real do salário. Porque, se é verdade que o reajuste tem sido acima das
receitas dos estados e municípios e está criando dificuldades, a outra
verdade é que o piso, apesar de ter reajustado 64%, está em torno de
dois salários mínimos", disse Mercadante. "É muito pouco para termos
bons professores na sala de aula".
Além do Mais Professores, o MEC vai lançar um programa que vai dar
bolsas de estudo de R$ 150 para estudantes do ensino médio de escola
pública que demonstrem interesse nas áreas e que participem de uma
jornada de trabalho e pesquisa, nos moldes da iniciação científica, para
que no futuro se tornem professores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário