A má fase do São Paulo não se concentra apenas no Campeonato
Brasileiro. Nas oitavas de final da Copa Sul-Americana, o Tricolor
conseguiu complicar um jogo que parecia fácil, nesta quinta-feira, no
Morumbi.
O empate em 1 a 1 com a Universidad Católica obriga a equipe de Muricy
Ramalho a se desdobrar no segundo confronto, dia 23 de outubro, em
Santiago, sem esquecer a luta para fugir do rebaixamento no torneio
nacional. Na saída de campo, parte da torcida vaiou a equipe – o público
pagante foi de 12.342 pessoas.
Parecia fácil demais. Ganso voltou a brilhar com passes preciosos que
fizeram o São Paulo controlar com sobras boa parte do primeiro tempo.
Luis Fabiano aproveitou, marcou o centésimo gol dele na casa são-paulina
e abriu caminho para um placar mais amplo. Não aconteceu. O ataque não
aproveitou a noite inspirada do camisa 8 e, num vacilo da defesa,
Castillo igualou o marcador e deixou a equipe chilena a um empate sem
gols da classificação.
O São Paulo continuará vivo na defesa do título da Sul-Americana se
vencer por qualquer placar. Um empate com dois ou mais gols também dá a
vaga aos brasileiros. O vencedor deste confronto enfrenta Nacional de
Medellín, da Colômbia, ou Bahia, nas quartas de final – no primeiro
duelo, também nesta quinta-feira, o Tricolor baiano foi derrotado por 1 a
0 fora de casa.
Agora, o Tricolor volta a lutar para se distanciar da zona de
rebaixamento do Brasileirão – a equipe ocupa a 15ª colocação, com 27
pontos, dois a mais que o Criciúma, primeiro time do Z-4. No domingo, o
São Paulo enfrenta o Grêmio, às 16h, no Morumbi.
Tricolor encontra 'avenida', mas vacila no fim
Muricy Ramalho precisou de poucos minutos para perceber que o esquema
3-5-2 montado para a partida não tinha sentido. Com três zagueiros para
marcar apenas o atacante Castillo, o treinador abriu de vez o São Paulo
logo no início e encurralou um adversário acanhado e claramente jogando
para empatar. Faltou calma para construir um placar mais amplo. O
castigo veio no fim.
Douglas, adiantado como nos tempos de Ney Franco, e Paulo Miranda,
intercalando entre as funções de lateral e zagueiro, não são nenhum
primor para atacar, mas encontraram muito espaço. Muito mesmo, quase uma
avenida. Por lá, nas costas de Alfonso Parot, os brasileiros
construíram as principais chances e abriram o placar.
O mesmo Douglas, logo no primeiro minuto, chutou rente à trave esquerda
de Toselli após fazer bela jogada individual. Aloísio resumiu bem a
fase difícil de um ataque que faz poucos gols. Depois de lindo passe de
Ganso nas costas da defesa, o “Boi Bandido” preferiu cruzar a bola para
Luis Fabiano quando poderia finalizar para o gol sem marcação.
Livre, Ganso foi o maestro que Muricy tanto sonha. Com ótima visão de
jogo, conseguiu municiar o sistema ofensivo. Foi assim que saiu o gol,
aos 17. Em lance parecido com o de Aloísio, ele encontrou o Fabuloso na
área. Desta vez, não houve passe. O centroavante soltou uma bomba, a
bola tocou no travessão e entrou. Foi o centésimo gol dele no Morumbi. O
mesmo camisa 9 quase fez o segundo, de cabeça, logo em seguida.
Parecia um jogo tranquilo. Mas o São Paulo conseguiu complicá-lo. Os
chilenos, até então tímidos no ataque, só se arriscaram nos minutos
finais e contaram com um vacilo da defesa brasileira para empatar. Aos
40, Álvarez cruzou, Mirosevic e Wellington não alcançaram, e a bola
sobrou para Castillo deixar tudo igual.
São Paulo apaga e quase leva virada
Ganso continuou sendo o principal jogador do São Paulo no início do
segundo tempo, mas os vacilos defensivos do fim da primeira etapa
voltaram a preocupar. O Universidad Católica avançou o meio de campo e
trouxe problemas para o Tricolor. Castillo perdeu uma chance clara na
pequena área ao escorregar na hora de chutar e entregou a bola nas mãos
de Rogério Ceni.
Muricy deixou de lado o desgaste físico e colocou Jadson na vaga de
Douglas para dar mais qualidade ao setor ofensivo. O Tricolor teve uma
discreta melhora, mas mostrou certo descontrole emocional para buscar o
segundo gol. Aloísio correu como sempre, mas pouco produziu. Luis
Fabiano, preso na marcação, quase não teve oportunidades para finalizar.
A alternativa encontrada pelo treinador são-paulino foi dar mais
velocidade ao ataque. Osvaldo entrou em substituição a Aloísio para
jogar pelos lados e tentar abrir a defesa adversária. Em vão. Em má fase
(não faz gols desde 28 de fevereiro), o atacante errou dribles, ficou
distante de Luis Fabiano e ajudou a aumentar o nervosismo.
Os minutos finais foram de angústia para a torcida e de alguns sustos.
Os chilenos, satisfeitos com a igualdade, tiveram a ajuda da atrapalhada
defesa tricolor para levar perigo. Do outro lado, um ataque inofensivo,
fácil de marcar e que não finaliza. E o São Paulo vai precisar de gols
para continuar na competição.
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