O deputado federal Walter Feldman (PSB-SP) disse neste domingo (13) que a perspectiva é que o governador de Pernambuco, Eduardo Campos,
ganhe cada vez mais pontos nas pesquisas eleitorais para a disputa
presidencial do ano que vem. Na avaliação do parlamentar, que deixou o
PSDB e se filiou ao PSB para acompanhar Marina Silva, parte da população ainda não sabe que a ex-senadora apoia o pernambucano.
Pesquisa Datafolha divulgada neste domingo pelo jornal "Folha de S.Paulo" mostra que a presidente Dilma Rousseff pode ser a principal beneficiada com eventual saída
da ex-senadora Marina Silva da disputa. Segundo o levantamento, Dilma
receberia 42% dos votos de Marina. O senador Aécio Neves (PSDB) ganharia
21%, e Campos, 15%.
Marina Silva se filiou na semana passada ao PSB, depois de ter negado
pela Justiça Eleitoral o registro da Rede Sustentabilidade, o partido
que pretende criar. O PSB garante que o candidato à Presidência é
Campos. Marina poderia ser vice, mas os dois deixaram claro que a
definição sobre a chapa para concorrer às eleições só sairá no ano que vem.
"Não preocupa [o fato de Dilma receber a maior parte das intenções de
votos]. Uma parte pequena acompanhou de perto o que houve. Outra parte
está perplexa porque não entendeu. Outra parte ponderável não tomou
conhecimento. Para uma parte não está claro que ela está se retirando
neste momento e cedendo patrimônio ao Eduardo. A hora que tiver o
desdobramento da informação, a nossa avaliação é que uma parte virá para
cá [para Eduardo Campos]. Até porque Marina representa parte que não
aceita na Dilma e não reconhece no Aécio as condições de ser
destinatário. É uma questão de tempo", disse Feldman antes de reunião da
Rede na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Comércio).
Conforme o deputado, representantes da Rede terão encontro nesta tarde
para analisar a repercussão da aliança de Marina com Eduardo Campos e
avaliar a situação do partido nos estados.
Feldman destacou que Campos, que passou de 4% das intenções de voto em
levantamento anterior ainda com Marina Silva, para 15% no cenário sem a
ex-senadora, registrou "crescimento extraordinário".
"Ele [Eduardo Campos] era até então um candidato frágil, porque quatro
pontos é início, sem perspectiva de apresentação em programas
eleitorais. Ele esperava que só fosse ter dois dígitos no ano que vem.
Na minha avaliação é um crescimento extraordinário", disse.
O deputado acrescentou que o governador de Pernambuco é que tem mais
chance de subir nas próximas pesquisas. "Claro que eleitores da Marina
praticamente se dividiram. Agora tem um processo de decantação da
informação, para ir para população. Mas o espontâneo mostra que Eduardo
absorveu uma parte. Ele é hoje, somada a rejeição e o potencial de
crescimento, na nossa avaliação, quem tem mais condições de avançar nas
próximas pesquisas."
Walter Feldman comentou ainda cenário feito pelo Datafolha no qual a candidata é Marina Silva e não Eduardo Campos. Segundo o deputado, não há discussão sobre mudança na cabeça de chapa.
"Seria contraditório com a postura de desprendimento que Marina teve,
de ceder seu patrimônio àquele que ela considera em melhores condições
de levar o programa, nós entrarmos no PSB e nos tornarmos grupo que fica
conspirando."
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