O prefeito Fernando Haddad (PT) sancionou a lei que atualiza os valores do IPTU na cidade de São Paulo e publicou o texto nesta quarta-feira (6) no Diário Oficial do município.
Segundo a Secretaria de Comunicação, a Lei nº 15.889/2013 foi
sancionada no fim da tarde de segunda, “antes da veiculação de notícias a
respeito da liminar concedida pelo juiz da da 7ª Vara de Fazenda
Pública” que impediria a sanção do projeto de lei. Segundo a prefeitura,
a administração municipal não foi notificada da decisão da Justiça.
A liminar é uma resposta a um pedido do Ministério Público, que ajuizou
uma ação civil pública contra a aprovação do projeto de lei nº 711/2013
pela Câmara Municipal. O Ministério Público afirmou, por meio da
assessoria de imprensa, que "vai tomar providências", mas não definiu
quais.
O projeto revisa a Planta Genérica de Valores (PGV) e define os
percentuais do aumento do IPTU. Ele foi aprovado na terça-feira (29) na
Câmara Municipal em votação decidida na última hora e com a plateia do
plenário vazia. A votação estava marcada para ocorrer no dia seguinte. A
oposição afirma que ela foi antecipada para evitar os protestos já
marcados contra o aumento do imposto.
A ação é do promotor Maurício Antonio Ribeiro Lopes, da Promotoria de
Justiça da Habitação e Urbanismo. Ele não questionou os valores do
aumento mas, sim, a forma como ocorreu a aprovação do projeto. O
promotor diz que a votação não ocorreu com a devida publicidade exigida
em lei e o regimento interno da Câmara Municipal foi desrespeitado.
O juiz Emílio Migliano Neto, da 7ª Vara da Fazenda Pública, afirma em
sua decisão que “votar propositura que sequer foi incluída, previamente,
na ordem do dia, tendo sido incluída a proposição na própria sessão em
que é votada torna o ato viciado e passível de nulidade insanável, eis
que malfere os princípios constitucionais da legalidade e da publicidade
e afronta o próprio Regimento Interno da Câmara Municipal de São
Paulo”.
Em nota, a Câmara diz que "trata-se de uma decisão imprópria, em que a
Câmara Municipal de São Paulo sequer foi ouvida. Isso gera uma incerteza
jurídica sobre as decisões soberanas da Câmara, que irá recorrer
imediatamente".
Percentuais do reajuste
O projeto de lei elaborado pela gestão Fernando Haddad (PT) foi alvo de críticas de entidades e acabou aprovado com placar apertado, 29 votos a favor e 26 contra.
O projeto de lei elaborado pela gestão Fernando Haddad (PT) foi alvo de críticas de entidades e acabou aprovado com placar apertado, 29 votos a favor e 26 contra.
O texto prevê reajuste em 2014 limitado a até, no máximo, 20% para
imóveis residenciais e 35% para imóveis comerciais. A proposta original
da Prefeitura previa instituir uma trava de 30% e 45%, respectivamente.
Ainda segundo o projeto, em 2015 e em 2016 imóveis que já não tiverem
recebido todo o reajuste no ano anterior poderão ter, em cada exercício,
aumentos residuais de 10% para residências e de 15% para comércios.
Na ação, a Promotoria questiona a Prefeitura, a Câmara e a Mesa
Diretora da Casa. O promotor afirma que pretende, com a suspensão do
aumento, ter tempo hábil para promover discussões sobre o valor do
rejuste, chamando diversos segmentos da sociedade interessados.
Dever do cidadão
O prefeito de São Paulo disse na semana passada que cuidar da atualização do valor venal dos imóves - e consequentemente do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) - é um "dever" que também foi cumprido por seus antecessores. Além disso, Haddad afirmou que pagar o imposto é um "dever" de todo cidadão.
O prefeito de São Paulo disse na semana passada que cuidar da atualização do valor venal dos imóves - e consequentemente do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) - é um "dever" que também foi cumprido por seus antecessores. Além disso, Haddad afirmou que pagar o imposto é um "dever" de todo cidadão.
Segundo Haddad, as críticas ao aumento são infundadas, a revisão estava
prevista em lei de 2009 e o imposto é necessário para a cidade. "É um
tributo que eu pago com a maior alegria, porque eu sei que é um
condomínio para a cidade", disse.
"Você paga um valor proporcional ao seu imóvel e colabora com a cidade. Então, isso é um dever na minha opinião", disse.
"Todos os prefeitos cumpriram o dever de atualizar a planta genérica de
valores. Na verdade, pergunta que deveria ser feita é: você fez o que
todos os seus antecessores fizeram? Porque Kassab fez, Jânio fez, Maluf
fez, Pitta fez, Marta fez, Erundia fez. Porque é um dever de todos os
prefeitos atualizarem a planta genérica", afirmou.
O reajuste do IPTU é um cálculo que tem como principal item o valor
venal, que muda para cada região da cidade. Sobre o valor venal é
aplicada uma alíquota (que não sofreu aumento). A Prefeitura diz que
também vai considerar a condição dos imóveis no cálculo do IPTU.
Se a Prefeitura tomasse por base apenas a valorização dos imóveis
verificada desde 2009, o reajuste poderia ser maior que 100% em alguns
bairros.
Maiores altas
Os bairros de Alto de Pinheiros, na Zona Oeste, Sé, na região central, e Vila Mariana, na Zona Sul, pagarão em média mais 19,8% de IPTU em 2014 e são os bairros que mais sofrerão aumento segundo a proposta aprovada na Câmara.
Os bairros de Alto de Pinheiros, na Zona Oeste, Sé, na região central, e Vila Mariana, na Zona Sul, pagarão em média mais 19,8% de IPTU em 2014 e são os bairros que mais sofrerão aumento segundo a proposta aprovada na Câmara.
O aumento nesses bairros é reflexo da atualização da Planta Genérica de
Valores (PGV), que determina quando vale o metro quadrado nas
diferentes regiões da cidade. O reajuste não era feito desde 2009 e está
ligado à valorização dos terrenos, que em alguns bairros dobraram de
valor nos últimos anos.
Outros distritos da região central se destacam entre os que terão os
maiores aumentos. É o caso da República, com 19,7% de reajuste, Santa
Cecília, com 19,6%, Bela Vista e Jardim Paulista, ambos com 19,5%. Entre
os 96 distritos da cidade, 24 terão aumento de mais de 15%, 10 terão
aumentos entre 10,1% e 15%, 18 terão reajuste de 5,1% e 10% e 19 entre 0
e 5%. Outros 25 terão redução. (Veja abaixo a variação do IPTU por distrito)
G1 São Paulo



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