A presidente Dilma Rousseff
sancionou parcialmente o projeto de lei que introduz mudanças pontuais
na legislação eleitoral, chamado de minirreforma eleitoral. O texto foi
publicado na edição desta sexta-feira (13) do Diário Oficial da União.
Cinco dispositivos da proposta aprovada em 20 de novembro pelo Senado
foram vetados por Dilma. A chefe do Executivo assinou a sanção do
projeto que altera trechos da lei eleitoral na quarta (11).
O texto traz medidas que têm como objetivo reduzir o custo das
campanhas eleitorais, como a limitação de cabos eleitorais, mas mantém a
proibição às doações por empresas ligadas a concessionárias de serviços
públicos.
Da forma como o projeto foi aprovado inicialmente pelos senadores,
estariam liberadas as doações de concessionárias de serviços públicos
caso as empresas não fossem "responsáveis diretas pela doação".
Na Câmara, essa possibilidade foi excluída, decisão que foi ratificada
pelos senadores. Está mantida, portanto, a legislação atual, que proíbe
essas doações para evitar que empresas contratadas pelo Estado financiem
candidatos do governo.
Entre as iniciativas propostas pelo projeto para diminuir os gastos
eleitorais está a limitação das despesas com alimentação a 10% da
receita da campanha e, com combustível, a 20%. O texto também proíbe
"envelopamento de carros" com adesivos e veta pintura de muros e uso de
cavaletes em vias públicas.
Fica proibido também uso de bonecos, placas, faixas, cartazes,
bandeiras e pinturas em muro de bens particulares. O projeto acaba ainda
com o chamado “candidato secreto”, pessoas que substituem candidaturas
na véspera da eleição. Com a nova lei, a troca de candidatos só poderá
ser feita até 20 dias antes das eleições.
O texto ainda permite que políticos que receberam punição da Justiça
Eleitoral parcelem a multa em até 60 vezes, desde que cada parcela não
ultrapasse o limite de 10% dos seus rendimentos.
Com o projeto, quem cometer boca de urna poderá receber pena de prisão,
pagar multa e ser processado. Atualmente, a prisão pode ocorrer, mas
fica à cargo da autoridade policial que realizar o flagrante.
Manifestações em redes sociais não serão consideradas campanha e autor
de ofensa nessas redes poderá responder civil e criminalmente. Além
disso, o projeto autoriza realização de comício até a madrugada do dia
das eleições.
Validade das regras
Não há consenso dentro do Congresso sobre a aplicação das regras da minirreforma já nas eleições de 2014. A legislação determina que só valem na eleição regras aprovadas até um ano antes da disputa.
Não há consenso dentro do Congresso sobre a aplicação das regras da minirreforma já nas eleições de 2014. A legislação determina que só valem na eleição regras aprovadas até um ano antes da disputa.
Autor do projeto, o senador Romero Jucá
(PMDB-RR) faz parte do grupo de parlamentares que apostam na validade
da lei já para o pleito de 2014 porque, segundo ele, a minirreforma
trata apenas de regras administrativas.
Um dos senadores que questionaram a validade para a eleição do ano que
vem foi o líder do PSB, Rodrigo Rollemberg (DF). Para ele, o projeto
trata de "convenções".
"Convenções fazem parte do processo eleitoral. Trata de propaganda
eleitoral. Portanto, entendo que nós podemos estar cometendo um
equívoco. Qual é o equívoco? De trazer dúvidas, trazer controvérsias, e
mais uma vez ficará para o Tribunal Superior Eleitoral decidir, muito
próximo da eleição, efetivamente o que pode e o que não pode”, declarou o
senador.
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