O senador Aécio Neves (PSDB-MG) classificou como "covarde" a decisão do
Conselho de Administração da Petrobras Distribuidora de exonerar o diretor financeiro Nestor Cerveró, apontado como o responsável pelo parecer "falho" que levou a presidente Dilma Rousseff a votar a favor da compra da refinaria de Pasadena (EUA).
Na ocasião da compra, em 2006, Dilma era presidente do Conselho de
Administração da Petrobras. A transação motivou investigações da Polícia
Federal, do Ministério Público e do Tribunal de Contas da União devido a
suspeitas de superfaturamento. Entre 2006 e 2012, a estatal desembolsou
US$ 1,18 bilhão pela refinaria, que em 2005 tinha custado US$ 42
milhões à empresa belga Astra Oil.
Provável candidato a presidente da República na eleição deste ano,
Aécio defendeu neste sábado, em Campos do Jordão (SP), que a presidente
dê explicações públicas sobre o episódio. Ele criticou o que chamou de
"terceirizar" a responsabilidade da operação de compra da refinaria para
um único diretor da Petrobras.
"Considero a simples decisão de afastamento do diretor financeiro da
Petrobras, uma decisão covarde do governo. Sem qualquer outra
explicação, sequer sabemos se foi uma decisão da presidente da República
este afastamento [...]. O que queremos são explicações. Quem sabe não é
o momento de a presidente da República, tão afeita a convocação de
cadeia de rádio e televisão, venha a público dizer inclusive que errou",
declarou o senador.
Neste sábado, em Salvador, outro possível candidato a presidente, o
governador de Pernambuco, Eduardo Campos, também criticou o episódio da
refinaria e disse desconfiar de um "jogo" para que a Petrobras seja vendida.
Aécio afirmou que o caso representa uma privatização da Petrobras. "O
PT nos acusou durante décadas de querer privatizar a Petrobras. Quem
privatizou a Petrobras foi o PT, levando a empresa a ter um prejuízo de
R$ 200 bilhões. O que queremos, nós do PSDB, e falo eu como presidente
do partido, é reestatizar a Petrobras, tirá-la das mãos de um
agrupamento político que dela se apoderou, tirá-la das mãos de um
partido político, para entregá-la de novo ao interesse do país",
afirmou.

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