Deu no Blog do Ney Lopes. Veja na íntegra:
Política é realmente uma “roda gigante”.
Gira, gira e de repente o cenário é outro.
Neste início de março, observa-se o fenômeno da mudança acontecer intensamente no RN, em relação às próximas eleições.
O ano de 2014 entrou com o DEM-RN escorraçado.
Não teria condições sequer de montar uma chapa.
O partido era refém do PMDB, do PSB e de outras siglas.
Um poderoso “complô” de “estrategistas iluminados”, contrários à governadora Rosalba Ciarlini e, em consequência, ao DEM, esparramou-se pelos alpendres praianos do verão potiguar e “fechou” acordões eleitorais, com “lugar pra todo mundo” (só entre eles do complô).
Espocaram antecipadamente champagnes para comemorar o sucesso das tramas urdidas em absoluto silêncio, a tradicional arma usada nas traições e felonias políticas.
A estratégia começava por sondagens de opinião pública “fajutas”, “encomendadas”, com o objetivo de criar ilusões de ótica, diante de “mitos” eleitorais forjados, visando intimidar (e excluir) possíveis adversários.
Houve até notória cooptação da maioria da mídia (com honrosas exceções), diante da divulgação generalizada dessas versões que demonizavam Rosalba, inviabilizavam o DEM eviabilizavam, por larga margem de votos, o PMDB e o PSB como aliados definitivos para o governo e senado.
O pré-candidato a governador do PMDB, Fernando Bezerra, chegou a agradecer e recompensar amigos que o aproximaram de Vilma, declarando que sem essa aliança não entraria na disputa para governador.
Quando tudo parecia “arrumado” e definido surgiram “fatos novos”, que colocaram o DEM-RN em posição política que faz justiça ao seu passado e a forte liderança do senador José Agripino.
O “desmoronamento” da estratégia PSB-PMDB ocorreu, em razão da posição assumida pelo presidenciável Eduardo Campos, que disse NÃO à coligação de Vilma com o PMDB, como candidata a senadora.
Verdadeiro “tsunami”, não previsto pelos “iluminados”.
A partir daí, o DEM-RN passou a existir novamente na política estadual.
Não se trata de ufanismo.
Trata-se apenas de identificar e enxergar na eleição do RN, que se caminha para anacionalização da campanha, com a inevitável polarização de dois palanques: o primeiro do PT-PSD (possivelmente), apoiando a reeleição de Dilma Rousseff e as candidaturas definidas de Robinson e Fátima.
O segundo do DEM-PSDB, com apoio à Aécio Neves e a candidatura à reeleição da governadora Rosalba Ciarlini. Para o senado, o nome indicado será por consenso dos partidos coligados.
A chapa Henrique (ou Fernando) para governo e Vilma para o senado está “vetada” pelo governador Eduardo Campos, candidato a presidente e presidente nacional do PSB, que não admite juntar-se aos correligionários de Dilma Rousseff.
Ele quer o seu próprio palanque no estado.
Com esse giro da “roda gigante” pergunta-se o que farão PSB e PMDB?
Agora estão à margem da disputa.
Não têm coerência no discurso de oposição, nem de governo.
O PMDB para evitar o “abraço de afogados” com Vilma poderá optar pelo PT e apoiar Fátima para o senado, admitida até a hipótese de apoio à Robinson Faria, em troca das indicações do vice e suplência de senador.
E o PSB?
O partido está em situação difícil no atual estágio político-eleitoral do RN.
O que era antes propalado como céu de brigadeiro, passou a ser de tempestades.
A ex-governadora Vilma de Faria, embora conte inegavelmente com um acervo de votos para a partida da campanha, sabe muito bem que não chegará lá “sozinha”.
Nunca chegou em toda a sua vida pública, por mais “guerreira” que seja considerada.
A alternativa será aliar-se ao DEM, fórmula já trabalhada pelos seus “aliados e estrategistas”, desde o início da semana, para unificar o discurso de oposição ao PT, como deseja Eduardo Campos.
Para isso, tais “aliados” de Vilma já aproximam ela de amigos íntimos do senador José Agripino, que lhe fazem graves acusações, visando anulá-los em troca de interesses.
Outro objetivo nessa “aproximação” com amigos de José Agripino é “queimar e afastar” certos nomes de democratas, que poderiam ser alternativas na composição da chapa e por esse motivo dificultariam a aproximação de Vilma ao DEM.
Os “aliados e estrategistas” pretendem também trazer o PMDB para apoiar a chapa Rosalba governadora e Vilma senadora.
Não se sabe, ainda, se o trabalho desses “iluminados” terá êxito ou não.
Certamente, é uma tarefa dificílima, pelo fato do PMDB ficar “roendo o osso”, apenas com a indicação do vice-governador e da suplência de senador.
Porém sabe-se que estão em jogo poderosos interesses econômicos e financeiros (detalhes a serem divulgados durante a campanha na midia social), que justificariam qualquer tipo de acomodação, desde que tais objetivos sejam atingidos.
A verdade é que pelas mudanças dos últimos dias, PMDB e PSB deixaram de comandar o processo e passaram a ser comandados pelas novas circunstâncias.
PT, PSD, PSDB e DEM são os únicos “palanques” definidos como governo federal e oposição.
Esses partidos e outros aliados polarizarão o debate eleitoral no RN, quer queiram, quer não.
À Vilma restaria ser candidata à deputada federal (ganhará por larga margem de votos), ou disputar o governo quase solitariamente, ou ainda como última taboa de salvação, aliar-se ao DEM de Rosalba e disputar o senado, já que essa hipótese Eduardo Campos talvez admita.
Caso Rosalba se torne inelegível, a situação mudará de novo e só Deus sabe o que poderá acontecer.
Até hoje, 3, segunda de carnaval, o quadro é este, por mais “segredos” que sejam guardados.
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