O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta
quarta-feira (26) que a Casa analisará em “curtíssimo espaço de tempo” o
Marco Civil da Internet, espécie de constituição da rede mundial de
computadores e que foi aprovado na noite desta terça-feira (25) pela
Câmara dos Deputados.
O projeto, que tramitou por três anos na Câmara dos Deputados, ainda
terá de ser aprovado pelos senadores para que tenha validade. Segundo
Calheiros, não há “absolutamente nenhuma” possibilidade de o Senado
ficar tanto tempo com o texto.
“Isso não vai acontecer no Senado. Por isso vamos conversar para que
tenhamos num curtíssimo espaço de tempo uma solução”, disse o
presidente, que garantiu que a Casa tratará o projeto com “absoluta
celeridade”.
“Vamos conversar hoje mesmo com o presidente da CCJ para que concluamos
a apreciação do Marco Civil antes de chegarmos ao período das
eleições”, declarou Calheiros em entrevista no Senado.
Como o projeto de lei que institui o Marco Civil tramita com urgência
constitucional, o texto passará a trancar a pauta do plenário 45 dias
após seu recebimento pela Secretaria da Mesa do Senado. A previsão da
mesa do Senado é que projeto chegue à Casa até esta quinta-feira (27).
Passados os 45 dias sem que o projeto tenha sido votado, os senadores
ficam impedidos de votar matérias deliberativas.
No Senado, o projeto de lei deverá ser analisado pela Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) e pela Comissão de Ciência, Tecnologia,
Inovação, Comunicação e Informática (CCT), segundo informou o líder do
governo, Eduardo Braga (PMDB-AM). Essa decisão, porém, ainda terá que
ser formalizada pela Secretaria da Mesa.
Braga reclamou do curto prazo de 45 dias que o Senado terá para
analisar o tema. “Toda vez é assim. A Câmara fica três anos com o
projeto e quando vem pro Senado tem que ser para 'ontem', sem querer dar
tempo para os senadores aprovarem esse projeto”, afirmou.
O parlamentar amazonense reiterou que o governo tem “pressa” pela
aprovação do Marco Civil. Os senadores, segundo ele, têm “interesse” em
concluir a análise do projeto antes da conferência internacional sobre
governança na internet, que será realizada em São Paulo em 23 e 24 de
abril. A intenção é que o Marco Civil vire lei antes do evento.
Braga é um dos possíveis nomes para relatar o projeto, devido à
experiência que acumulou na área quando presidiu a Comissão de Ciência e
Tecnologia. Segundo ele, o assunto ainda não foi tratado com o
Planalto. “Mas não teria dificuldade para tanto nem me omitiria”, disse.
CPI da Petrobras
O presidente do Senado disse não acreditar na criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a compra pela Petrobras da refinaria Pasadena, no Texas (EUA). Segundo ele, o colegiado representaria “palanque” para a oposição em ano eleitoral.
O presidente do Senado disse não acreditar na criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a compra pela Petrobras da refinaria Pasadena, no Texas (EUA). Segundo ele, o colegiado representaria “palanque” para a oposição em ano eleitoral.
“Não acredito que tenhamos CPI porque uma CPI só se justifica quando os
canais normais de investigação estão emperrados. Não é o caso”, disse
Calheiros.
O requerimento de instalação de uma comissão mista tem assinatura de
113 deputados e 21 senadores, segundo informaram os parlamentares
responsáveis pelas coletas no Congresso. Para instaurar o colegiado
misto, são necessárias 171 assinaturas na Câmara e 27 no Senado.
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