É impossível
prever o que acontecerá no gramado a partir das 17h (horário de Brasília) de
hoje quando os atacantes Neymar e Fred darão os primeiros toques na bola para
iniciar a Copa do Mundo de 2014, no Itaquerão, em São Paulo. Além deles, porém,
uma coisa é fato: o torneio já bateu a marca de maior evento da história do
país.
A
audiência somada de todos os jogos deverá chegar a três bilhões de
pessoas. Outras três milhões acompanharão as partidas nos estádios. Estarão
envolvidos 736 jogadores; 170 mil homens farão a segurança, entre agentes
particulares, policiais e membros das Forças Armadas do Brasil.
Seis bilhões de reais terão sido investidos pelo mercado publicitário. Os mesmos seis bilhões serão lucrados pela Fifa. O poder público brasileiro colocou R$ 8 bilhões no esforço de construir ou reformar as 12 arenas. Ao todo, considerando todas as obras e aquisições feitas pelo governo brasileiro e pelos governos estaduais e municipais para receber a Copa, o dinheiro público empenhado é da ordem de R$ 30 bilhões, cifra que inclui investimentos que ficarão aqui após a Copa, como reformas e aeroportos e construção de obras de mobilidade urbana.
Seis bilhões de reais terão sido investidos pelo mercado publicitário. Os mesmos seis bilhões serão lucrados pela Fifa. O poder público brasileiro colocou R$ 8 bilhões no esforço de construir ou reformar as 12 arenas. Ao todo, considerando todas as obras e aquisições feitas pelo governo brasileiro e pelos governos estaduais e municipais para receber a Copa, o dinheiro público empenhado é da ordem de R$ 30 bilhões, cifra que inclui investimentos que ficarão aqui após a Copa, como reformas e aeroportos e construção de obras de mobilidade urbana.
A
Copa é o maior evento mundial que o Brasil já recebeu, superando a Copa de
1950, a Eco-92, os Jogos Pan-Americanos de 2007 e a Rio+20 sob os mais variados
aspectos. E escancarou, aos olhos do mundo, as riquezas, mazelas e contradições
da sétima economia do planeta.
O
discurso oficial no já longínquo 30 de outubro de 2007, quando foi anunciada a
sede do Mundial, nos apresentava um projeto de país que queria usar o torneio
como propaganda de seus feitos recentes, de sua nova cara e posição no planeta.
Nesse
sentido, a Copa seria a materialização do protagonismo brasileiro no mundo
moderno, um país que havia estabilizado sua economia, consolidado sua
democracia, tirado milhões de pessoas da miséria e virado mediador na
geopolítica internacional.
Em
2009, quando o mundo assistiu a uma crise econômica que tomou conta das nações
mais desenvolvidas do globo, notadamente os países da Europa e os Estados
Unidos, a posição brasileira de destaque no contexto internacional se
intensificou.
Por
aqui, a crise não freou o consumo interno, não gerou uma maciça onda de
desemprego nem pôs em risco os programas sociais. Assim, a organização da Copa do Mundo
viria coroar este novo Brasil.
Sete anos depois
da escolha do país como sede do torneio, porém, a alta desaprovação popular ao
evento, o gasto desenfreado de dinheiro público, as manifestações que tomam as
ruas há mais de um ano, os atrasos e as obras de infraestrutura que não saíram
do papel fazem um retrato muito mais próximo da realidade nacional do que a
propaganda oficial pretendia.
Alguns
números da Copa
30
bilhões de reais
Investimento dos
governos em estádios e infraestrutura
2
estádios
prontos no prazo
exigido pela Fifa
20
chefes de
Estado/governo
É o número mínimo
de mandatários que virão ao país
170
mil
profissionais
envolvidos na segurança
18
mil
profissionais de
mídia credenciados para cobrir o evento
O Brasil, ao fim das contas, continua
sendo o Brasil. O país não se livrou graças à Copa de suas mazelas históricas.
Corrupção, excesso de burocracia administrativa e injustiça social não sumiram
do mapa por decreto.
Isso não
significa, porém, que a Copa será um fracasso. Será um evento superlativo, do
ponto de vista econômico, midiático, do turismo e esportivo. Mas ela será
um evento com a cara do Brasil, com tudo que isso implica de bom e de
ruim.
Brasil x Croácia
17h00 - Arena Corinthians / São Paulo

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