O rompimento do PTB,
que decidiu apoiar Aécio Neves nas eleições de outubro, e o revés no Rio de Janeiro acenderam
um alerta vermelho no Palácio do Planalto: a cúpula petista avalia que a
presidente Dilma Rousseff não pode perder o apoio – e os minutos de propaganda
no rádio e TV – de mais nenhuma legenda. Para segurar o PR na base aliada,
cogita-se até ceder à pressão do partido, que pede a cabeça do atual ministro
dos Transportes, César Borges. As informações são de reportagem desta
terça-feira do jornal Folha
de S. Paulo.
O titular dos
Transportes no início do governo Dilma era o atual senador e presidente do PR
Alfredo Nascimento, demitido em julho de
2011, após a VEJA ter revelado um amplo esquema de
corrupção e troca de favores envolvendo o ministério e autarquias. Em um gesto
de aproximação com a sigla, à qual Borges é filiado, a presidente reconduziu o PR ao
comando dos Transportes em
abril do ano passado. A indicação de Borges, contudo, desagradou a bancada do
PR na Câmara – foi um nome escolhido pessoalmente por Dilma e não tem boa
circulação entre os parlamentares da própria legenda.
Dilma não quer
abrir mão de Borges. Segundo o jornal, a orientação no Planalto é negociar com
o PR, mas preservar o ministro. Na cúpula do PT, contudo, já há quem defenda a
demissão do titular dos Transportes.
Rebeliões
Além
da indefinição do PR, irritou a presidente o apoio do ex-governador do Rio de
Janeiro Sérgio Cabral (PMDB-RJ) ao movimento "Aezão", que começou
como uma vingança do PMDB no Rio à campanha da presidente e ganhou corpo,
transformando-se em um grande arco de apoio à candidatura de Aécio Neves no
Estado. Foi anunciado oficialmente nesta segunda-feira que PSDB, DEM e PPS vão
aderir à coligação majoritária para a reeleição do governador Luiz
Fernando Pezão (PMDB), que põe a serviço dos tucanos a máquina partidária
peemedebista presente nos 92 municípios fluminenses.
Segundo o
jornal O
Globo, o comando de campanha de Dilma foi
pego de surpresa pela entrada do vereador Cesar Maia (DEM) na chapa de Pezão –
e parte dos petistas já não acredita que Cabral, Pezão e Eduardo Paes farão
campanha para a presidente. Diante deste cenário, informa a Folha,
o Planalto evita até dar como certo o apoio de outros aliados, como PP e PSD.
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