Rir, sorrir,
gargalhar... Verbos que não precisam de fala ou escrita para serem conjugados
perfeitamente. Em qualquer idioma, eles se resumem em uma única reação: o
sorriso. No Brasil, talvez não haja lugar melhor para exercitar as dezenas de
músculos da face do que Fortaleza, a capital brasileira do humor. É nela que a
seleção brasileira vai tentar provocar gargalhadas de alegria em massa nesta
terça-feira, ao enfrentar o México, às 16h, no Castelão, pela segunda rodada da
Copa do Mundo.
- Não gosto de
sorrir sozinho. Não é legal. Eu repito isso sempre. O legal é sorrir todo mundo
junto – costuma dizer o sorridente e carismático David Luiz.
Os sorrisos
nos rostos da seleção brasileira não tornam apenas as fotos mais bonitas ou as
imagens mais alegres. Tornam a equipe mais forte, mais poderosa para chegar ao
hexa. A psicóloga do Hospital Albert Einstein, de São Paulo, Ana Lúcia Martins
da Silva, usa o sorriso como no tratamento de seus pacientes. Não é cura, mas,
segundo ela, os ajuda a redescobrir a felicidade.
Entre os
meninos de Felipão, que adora rir com eles, o gesto simboliza companheirismo e
união.
- Se houver
espírito de equipe que permita rir com o colega, superar dificuldades e rir até
de momentos bobos, isso leva a uma união maior. Os seres humanos são capazes de
interpretar os outros com sinais que não são verbais. O sorriso traz
autoconfiança, tranquilidade, bem estar. Um grupo que brinca muito se deixa
influenciar menos por aspectos negativos - explicou a psicóloga.
Ano passado
foi assim. Na caminhada rumo ao tetra da Copa das Confederações, o show de
humor do cearense Ciro Santos, antes da vitória sobre o México, também no
Castelão, levou Felipão e seus meninos à loucura. Deixou a Seleção mais leve,
mas confiante, mais alegre. Neymar adorou, Felipão, também. Fred ajudou na
bagunça, David Luiz chorou de tanto rir...
- Quando você
vê o sorriso no rosto da pessoa como retorno é algo impressionante. Eu pude ver
isso na Seleção no ano passado. Foi uma experiência incrível, fantástica. Vi
todos eles rindo, caindo das cadeiras de tanto gargalhar. Tenho certeza que o
humor também pode ajudar na saúde da pessoa – relatou o humorista, conterrâneo
de grandes nomes da comédia como Renato Aragão, nascido em Sobral, e Chico
Anysio, em Maranguape.
Se depender da
alegria, a Seleção está no caminho certo para o hexacampeonato. Regina Brandão,
psicóloga que auxilia a comissão técnica brasileira, esteve com os jogadores no
início da preparação. Viu de perto o ambiente, o clima e a “energia especial”
que tem contagiado o grupo. Sorrir, então, tem feito bem à equipe?
- É só olhar
para a carinha do Neymar... Está respondido – finalizou Regina Brandão.
Hulk é dúvida
Quem não
conseguiu sorrir facilmente nos últimos dias foi Hulk, que sente um incômodo na
coxa esquerda. O exame não constatou lesão, mas sua presença na partida é
incerta. Felipão disse que a última avaliação será feita na manhã desta terça.
Um gesto mais brusco, um movimento mais forte, pode levar a um problema maior, para
a Copa inteira.
Caso ele não
jogue, Ramires é o favorito a assumir a vaga, já que treinou no lugar do
jogador do Zenit no domingo e na segunda-feira. Willian e Bernard são opções
mais ofensivas. O restante da equipe será a mesma da estreia contra a Croácia.
O último treino da preparação brasileira foi fechado aos jornalistas, que só
puderam ver o aquecimento. Foi a primeira vez que Felipão escondeu a atividade
da Seleção, que pode se classificar antecipadamente em caso de vitória nesta
terça e empate entre Croácia e Camarões, na quarta, às 19h, em Manaus.
Ao ataque
Segundo as
palavras do técnico Miguel Herrera - as primeiras para a imprensa desde a
última sexta-feira -, na entrevista coletiva desta segunda, o México vai adotar
uma postura agressiva diante dos donos da casa. Após a vitória por 1 a 0 sobre
Camarões na estreia, a estratégia é jogar ofensivamente e encaminhar a vaga
para as oitavas de final:
- Respeitamos todas as seleções, mas vamos, sim, atacar. Vamos atacar no campo. Vamos partir para cima. Nós não podemos somente nos defender. Temos que fazer com que eles se defendam também. São jogadores de extrema qualidade, que precisam se sentir incomodados no jogo - afirmou Herrera.
- Respeitamos todas as seleções, mas vamos, sim, atacar. Vamos atacar no campo. Vamos partir para cima. Nós não podemos somente nos defender. Temos que fazer com que eles se defendam também. São jogadores de extrema qualidade, que precisam se sentir incomodados no jogo - afirmou Herrera.
A ideia é
chegar ao gol primeiro, mas sem descuidar da defesa. O time deve ser o mesmo da
estreia, no esquema 3-5-2. Para evitar sustos, Miguel Herrera conta com os
jogadores do meio campo para garantir a posse de bola. Homens de confiança do
treinador, os volantes Vázquez e Herrera foram bastante elogiados pelo chefe.
Jogando no meio, são a chave do time para recuperar bolas e deixar o Brasil com
menor posse, tendo assim, menos chance de chegar ao gol.

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