Dunga foi
confirmado como novo treinador da seleção brasileira nesta terça-feira, em
coletiva de imprensa realizada na sede da CBF (Confederação Brasileira de
Futebol), no Rio de Janeiro. Comandante da equipe de 2006 a 2010, o ex-jogador
retorna ao cargo com a missão de reerguer um time fragilizado com a campanha na
Copa do Mundo do Brasil – quarta colocação com direito a goleada de 7 a 1 para
a Alemanha, na semifinal, e nova derrota por 3 a 0 para a Holanda.
A estreia do
novo treinador será no dia 5 de setembro, em Miami, em amistoso contra a
Colômbia. O Brasil ainda tem partidas agendadas contra Equador (9 de setembro,
em Nova Jersey), Argentina (11 de outubro, em Pequim) e Turquia (12 de
novembro, em Istambul) neste ano.
"Ficou
demonstrado através de números, e não apenas de palavras, que ele possui todos
os requisitos e toda a capacidade para dirigir novamente a seleção
brasileira", disse José Maria Marin, presidente da CBF. "É um homem
experiente, preparado, e todos nós dessa mesa temos plena confiança no trabalho
que ele pode desempenhar", completou.
A negociação
para fechar com o substituto de Luiz Felipe Scolari aconteceu em menos de uma
semana. Novo coordenador-técnico da CBF, Gilmar Rinaldi iniciou as conversas
com o aval do presidente da entidade, José Maria Marin, e do futuro comandante
e atual mandatário da Federação Paulista, Marco Polo Del Nero. Rinaldi
finalizou o acordo com Dunga rapidamente. O capitão do tetra de 1994 ganha nova
chance na seleção.
"Ele
[Dunga] tem um pensamento como o meu. Seleção não faz convites, mas
convocações. Você esquece as variantes financeiras e de trabalho. Eu estava com
a vida planejada e ia morar no exterior com minha filha, mas não se pode dizer
não a um convite da seleção", exemplificou Gilmar Rinaldi.
Em 2006, o
treinador foi contratado pelo então presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Dunga
também tinha o objetivo de comandar uma recuperação do futebol brasileiro,
eliminado da Copa da Alemanha nas quartas de final, pela França. A missão será
a mesma para o técnico neste momento: ser linha dura.
"Os meus
números e o trabalho que eu fiz foram os indícios para que me chamassem de
volta novamente", disse Dunga. "O torcedor está machucado, mas
continua tendo carinho. Vamos conquistar resultados. Vamos trabalhar muito e
mostrar o quanto queremos melhorar", adicionou o novo treinador.
A prioridade é
manter os jogadores focados apenas em treinos e jogos, e também que ações de
patrocinadores e mudanças de visual sejam limitadas. Além disso, o plano é
superar o descontrole emocional demonstrado pelo grupo durante a Copa-2014.
Mesmo sem
experiência como técnico após se aposentar, Dunga liderou uma seleção que
conseguiu bons resultados e títulos: o Brasil garantiu a Copa América de 2007 e
a Copa das Confederações de 2009 e também terminou as eliminatórias para a
Copa-2010 na primeira colocação. O temperamento forte do ex-jogador, com
respostas ríspidas e pouco interesse em evitar confrontos, também foi marcante
durante a sua passagem pela CBF.
O Mundial da
África do Sul marcou a derrocada de Dunga. Uma derrota por 2 a 1 para a Holanda
nas quartas de final da competição determinou a sua demissão.
Dunga deixou o
cargo de treinador da seleção em 2010, com 60 partidas – 42 vitórias, 12 empates
e seis derrotas. Mano Menezes o substituiu, mas não teve sucesso e acabou
demitido em 2012. Luiz Felipe Scolari foi o escolhido para comandar a seleção
brasileira na Copa das Confederações e na Copa do Mundo, ambos os torneios
disputados dentro de casa.
A CBF entende
que Dunga fez um bom trabalho nos quatro anos em que esteve à frente da seleção
brasileira. Esse foi um dos fatores determinantes para a escolha feita pela
dupla Marin-Del Nero. Após passagem pela equipe nacional, o treinador teve
apenas mais uma experiência como treinador. No Internacional, de janeiro a
outubro de 2013, o ex-jogador venceu o Campeonato Gaúcho, mas acabou demitido
após quatro derrotas seguidas no Campeonato Brasileiro.
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