Israel
lamentou nesta quinta-feira (24) a decisão do Brasil de chamar para consultas
seu embaixador em Tel Aviv, uma decisão que, segundo o governo israelense,
"não contribui para encorajar a calma e a estabilidade na região" e
chamou o país de "anão diplomático" por causa do gesto.
O porta-voz do
ministério das Relações Exteriores, Yigal Palmor, disse que a decisão
brasileira “não reflete o nível de relação entre os países e ignora o direito
de Israel defender-se”. De acordo com a publicação "The Jerusalem
Post", Palmor afirmou que a medida "era uma demonstração lamentável
de como o Brasil, um gigante econômico e cultural, continua a ser um anão
diplomático".
“Israel
manifesta o seu desapontamento com a decisão do governo do Brasil de retirar
seu embaixador para consultas", diz comunicado da chancelaria israelense.
"Esta decisão não reflete o nível das relações entre os países e ignora o
direito de Israel de se defender. Tais medidas não contribuem para promover a
calma e estabilidade na região. Em vez disso, elas fornecem suporte ao
terrorismo, e, naturalmente, afetam a capacidade do Brasil de exercer
influência. Israel espera o apoio de seus amigos na luta contra o Hamas, que é
reconhecido como uma organização terrorista por muitos países ao redor do mundo".
O governo
brasileiro convocou para consultas o embaixador em Tel Aviv após considerar
"inaceitável a escalada de violência" e condenar "energicamente
o uso desproporcional da força por Israel na Faixa de Gaza".
O ministro das
Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, afirmou nesta quinta-feira (24),
em entrevista à TV Globo, que o Brasil reconhece o direito de defesa de Israel,
mas que as ações militares na Faixa de Gaza devem ser feitas com
"proporcionalidade". O ministro criticou mortes de
crianças e civis e as classificou como "inaceitáveis".
"O
Brasil, desde o início, condenou tanto o lançamento de foguetes pelo Hamas, e
nós fomos abundantemente claros com relação a isso, como condenamos tambem a
reação de Israel. Nós não contestamos o direito de defesa que Israel tem. É um
direito que ele tem. Nós contestamos a desproporcionalidade entre uma coisa e
outra. Morreram cerca de 700 pessoas na Faixa de Gaza, a grande maioria delas
civis e um número também bastante alto de mulheres e crianças. Isso não é
aceitável e é contra isso que nós nos manifestamos", afirmou o ministro.
A Confederação Israelita
do Brasil também divulgou uma nota nesta quinta manifestando sua “indignação”
com a posição brasileira. A confederação diz compartilhar da “preocupação do
povo brasileiro e expressa profunda dor pelas mortes nos dois lados do
conflito. Assim como o Itamaraty, esperamos um cessar-fogo imediato.”
Entretanto, o
grupo critica o governo brasileiro por eximir “o grupo terrorista Hamas de
responsabilidade no cenário atual. Não há uma palavra sequer sobre os milhares
de foguetes lançados contra solo israelense ou as seguidas negativas do Hamas
em aceitar um cessar-fogo. Ignorar a responsabilidade do Hamas pode ser
entendido como um endosso à política de escudos humanos, claramente
implementada pelo grupo terrorista e que constitui num flagrante crime de
guerra, previsto em leis internacionais.”.
Nos 17 dias de
ofensiva militar em Gaza, pelo menos 733 palestinos e 35 israelenses morreram.
Além disso, 4.600 palestinos ficaram feridos.
Comentários
Postar um comentário