O candidato à
Presidência pelo PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse nesta quarta-feira (16)
que, se eleito, pretende manter os programas sociais do governo do PT que
"dão certo", como o Mais Médicos e o Bolsa Família.
"Política
é copiar o que dá certo e aprimorar, nós vamos manter e aprimorar. Não há
nenhum constrangimento nisso", declarou.
O tucano disse
que pretende pagar aos doutores cubanos do programa Mais Médicos o mesmo valor
pago aos outros estrangeiros, mas não respondeu como vai fazer isso durante a
sabatina realizada pelo UOL e pela "Folha", com o SBT e a
rádio Jovem Pan.
Os médicos do
programa do governo federal de outras nacionalidade ganham em média R$ 10 mil,
e os cubanos, US$ 1.245 (cerca de R$ 3.000 líquidos).
O Mais Médicos é
um programa federal criado em 2013 e atualmente conta com 14.400 médicos
estrangeiros, dos quais 11.400 (79%) são de Cuba, segundo o Ministério da
Saúde. Os médicos prestam atendimento em regiões do país onde há escassez de
profissionais da medicina.
"A
questão do Mais Médicos não pode ser tratada como uma panaceia. O PT assumiu em
2003, o governo gastava 54% com saúde. Passaram 11 anos e a participação é de
apenas 45%. Treze mil leitos foram fechados (...) não houve planejamento."
Após ser
questionado como faria para equiparar os salários, já que isso alteraria o
programa, como é hoje, o candidato evitou explicar que medidas tomaria. O
candidato não respondeu de forma objetiva como o programa será reformulado caso
seja eleito.
"O que eu
não permitirei é que haja discriminação em relação aos [médicos] cubanos. [O
que se tem que fazer] é criar cursos de qualificação para que os médicos se
submetam ao [programa] Revalida e que recebam a mesma remuneração. O governo
brasileiro financia o governo cubano, nós vamos financiar os médicos
cubanos."
Segundo o
candidato do PSDB, o acordo com o governo cubano será reavaliado. "Vamos
estabelecer acordo através da Organização Pan-Americana da Saúde com outras
regras e não vamos aceitar as regras impostas por Cuba. Não vamos cometer o
equívoco de subscrever a questão da saúde pública ao Mais Médicos, mas pela
qualificação e financiamento."
O tucano
também disse que irá manter o Bolsa Família em seu governo, como "programa
de Estado", o que irá retirar o programa da pauta eleitoral. O Bolsa
Família é um programa de transferência de renda que beneficia cerca de 13
milhões de famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza no país, com
renda per capita de até R$ 77 por mês.
Bastidores
Houve fila
para entrar no auditório do Teatro Folha, no shopping Higienópolis, onde
ocorreu a sabatina.
Aécio entrou
por uma entrada restrita, a pedido da organização do evento. Não veio pelo
elevador do shopping, como fez Eduardo Campos (PSB) na sabatina de ontem.
Entre os
políticos presentes, estavam Andrea Matarazzo, o deputado federal Orlando
Morando, José Aníbal, secretário de Energia de São Paulo, e o vereador Floriano
Pesaro.
Aécio foi
sabatinado pelos jornalistas Josias de Souza (UOL), Ricardo Balthazar ("Folha"),
Kennedy Alencar (SBT) e Patrick Santos (Jovem Pan).
Nas pesquisas
de intenção de voto, o tucano tem aparecido em segundo lugar. Na última
pesquisa Datafolha, divulgada no começo do mês, ele estava com 20%.

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