Em entrevista
ao Jornal Nacional, da
Rede Globo, nesta segunda-feira, a presidente-candidata Dilma Rousseff
lançou mão do mais puro dilmês: frases longas e confusas, engatadas umas nas
outras. Por mais de uma vez, ela insistiu em concluir suas
longas explanações: "Só um pouquinho, Bonner",
dizia. Dilma ultrapassou em quase 50 segundos o tempo de 15 minutos
destinado a ela. Mas desta vez o dilmês pode ter jogado a
seu favor. Numa sala do Palácio da Alvorada, e não nos estúdios da Rede
Globo, os entrevistadores — além de Bonner, Patricia Poeta — só conseguiram lhe
fazer quatro perguntas. Se da entrevista não resultou nenhum slogan de
campanha, ela tampouco será lembrada por uma frase negativa, com o
reconhecimento de um erro ou malfeito. Diante das interpelações mais
duras, Dilma se escondeu atrás de sua barragem de palavras.
Na primeira
pergunta, William Bonner tratou dos muitos escândalos do governo petista e
perguntou se era difícil escolher pessoas honestas para preencher os cargos do
governo. A presidente não respondeu diretamente: optou por tratar das
instâncias de combate à corrupção. "Nós fomos o governo que mais
estruturou os mecanismos de combate à corrupção, a irregularidades e
malfeitos", disse ela, que também minimizou os escândalos. "Nem todas
as denúncias de escândalo resultaram em realmente a constatação que a pessoa
tinha de ser punida e seria condenada".
A petista
também se escudou convenientemente no cargo e foi evasiva quando o
apoio do PT aos mensaleiros condenados por corrupção pelo Supremo Tribunal
Federal foi colocado em pauta: "Eu não vou tomar nenhuma posição que me
coloque em confronto, conflito, ou aceitando ou não (sic). Eu respeito a
decisão da Suprema Corte brasileira. Isso não é uma questão subjetiva".
Em seguida, Dilma afirmou que a troca de César Borges por Paulo Sérgio Passos no Ministério dos Transportes – uma exigência do PR, envolvido em casos de corrupção na própria pasta, para apoiar a reeleição da petista – foi feita com base na integridade do nome indicado pela sigla. "Os partidos podem fazer exigências. Mas eu só aceito quando considero que ambos são pessoas íntegras e não só integras, são competentes", afirmou.
Quando o assunto foi economia, a estratégia foi a mesma: William Bonner perguntou se o governo não havia errado em nenhum momento na reação à crise internacional. A resposta foi o discurso-padrão apresentado pela presidente nos últimos meses: "Nós enfrentamos a crise pela primeira vez no Brasil não desempregando, não arrochando salário, não aumentando tributos e sem demitir", disse ela.
Em seguida, Dilma afirmou que a troca de César Borges por Paulo Sérgio Passos no Ministério dos Transportes – uma exigência do PR, envolvido em casos de corrupção na própria pasta, para apoiar a reeleição da petista – foi feita com base na integridade do nome indicado pela sigla. "Os partidos podem fazer exigências. Mas eu só aceito quando considero que ambos são pessoas íntegras e não só integras, são competentes", afirmou.
Quando o assunto foi economia, a estratégia foi a mesma: William Bonner perguntou se o governo não havia errado em nenhum momento na reação à crise internacional. A resposta foi o discurso-padrão apresentado pela presidente nos últimos meses: "Nós enfrentamos a crise pela primeira vez no Brasil não desempregando, não arrochando salário, não aumentando tributos e sem demitir", disse ela.
Em um dos
poucos momentos significativos da entrevista, a presidente acabou
admitindo que a saúde não está em padrões minimamente razoáveis: "Não
acho", disse ela, antes de desandar a falar sobre o Mais Médicos, uma das
bandeiras de sua campanha.
Já com o tempo estourado, Dilma ainda tentou pegar carona na comoção que tomou o país com a morte do candidato do PSB, Eduardo Campos, cuja frase final no Jornal Nacional – "Não vamos desistir do Brasil" –virou lema do PSB. "Eu acredito no Brasil", disse Dilma, que foi interrompida uma última vez enquanto tentava pedir votos aos eleitores.
Já com o tempo estourado, Dilma ainda tentou pegar carona na comoção que tomou o país com a morte do candidato do PSB, Eduardo Campos, cuja frase final no Jornal Nacional – "Não vamos desistir do Brasil" –virou lema do PSB. "Eu acredito no Brasil", disse Dilma, que foi interrompida uma última vez enquanto tentava pedir votos aos eleitores.
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