O Comitê de
Ética da Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou em uma reunião na
segunda-feira (11) o uso de tratamentos não homologados para lutar contra a
febre hemorrágica do ebola, segundo um comunicado divulgado nesta terça-feira
(12).
"Diante
das circunstâncias da epidemia e sob certas condições, o comitê concluiu que é
ético oferecer tratamentos - cuja eficácia ainda não foi demonstrada, assim
como os efeitos colaterais - como potencial tratamento ou de caráter
preventivo", afirma a nota da OMS.
Até o momento
não existe nenhum tratamento de cura ou vacina contra o ebola, epidemia que
levou a OMS a decretar uma emergência de saúde pública mundial.
Mas o uso do
medicamento experimental ZMapp em dois americanos e um padre espanhol - que
faleceu nesta terça-feira em Madri - infectados com o vírus quando trabalhavam
na África provocou um intenso debate ético.
O medicamento,
do qual existe pouca quantidade, parece apresentar resultados promissores nos
dois americanos, mas o religioso espanhol morreu nesta terça-feira em um
hospital de Madri.
A empresa
americana Mapp Biopharmaceutical, que produz o medicamento, informou na
segunda-feira que enviou o estoque para o oeste da África.
Médicos de
todo o mundo participaram nos debates da OMS na segunda-feira em Genebra.
O comitê
condicionou o uso dos tratamentos a uma "transparência absoluta sobre os
cuidados, a um consentimento informado, à liberdade de escolha, à
confidencialidade, ao respeito das pessoas e a preservação da dignidade e a
implicação das comunidades".
Também
estabeleceu "a obrigação moral de obter e compartilhar as informações
sobre segurança e eficácia das intervenções", que devem ser objeto de
avaliação constante.
Mortes
O número de mortes provocadas pelo vírus ebola superou a barreira de mil, com 1.013 óbitos e 1.848 casos registrados, segundo o balanço mais recente da OMS.
O número de mortes provocadas pelo vírus ebola superou a barreira de mil, com 1.013 óbitos e 1.848 casos registrados, segundo o balanço mais recente da OMS.
O balanço não
conta o missionário espanhol Miguel Pajares, o primeiro europeu infectado, que
morreu em um hospital de Madri, segundo informaram as autoridades de saúde da
cidade espanhola nesta terça-feira (12).
Pajares, de 75
anos, contraiu a doença no hospital Saint Joseph de Monróvia, onde trabalhava
na Libéria para uma organização governamental. Ele foi levado para a Espanha no
dia 7 de agosto, se tornando a primeira pessoa a ser tratada da doença na
Europa.
O Ministério da Saúde disse que ele estava sendo
tratado com o medicamento experimental ZMapp, fabricado pela companhia
norte-americana Mapp Biopharmaceutical. Dois trabalhadores humanitários
norte-americanos infectados pela doença têm mostrado alguns sinais de melhora
desde que receberam o medicamento.
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