O candidato do
PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, e do PSC, Pastor Everaldo,
fizeram duras críticas à corrupção na Petrobras durante debate promovido pela
Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), realizada nesta terça-feira.
Everaldo, por sua vez, disse que a estatal chegou a ter Dilma no Conselho de
Administração e que a presidente diz que não “sabia de nada” sobre o que
acontecia na empresa.
Os ataques
levaram Dilma a pedir direito de resposta aos organizadores do debate.
— Ao longo da
minha vida tive sempre tolerância zero com corrupção. No caso da Petrobras,
quero lembrar ao candidato Aécio que quem investigou e descobriu todos os
crimes de corrução foi um integrante do governo, a Polícia Federal.
Aécio também
conseguiu um direito de resposta depois que a candidata do PSOL, Luciana Genro,
o acusou de ser “fanático por corrupção” e de fazer um aeroporto em terras
próximas às de sua família, em Minas, quando era o governador.
— Aquele que
se dispõe a governar o Brasil tem que ouvir impropérios daqueles que são
irrelevantes. São acusações absolutamente irresponsáveis e levianas. Não
devemos gastar um tempo tão escasso como o que temos para falar de Brasil. Eu
me orgulho muito do que fiz na minha vida, da minha formação cristã e católica
— afirmou.
Até os
principais temas da pauta política da Igreja Católica, como a relação entre
Estado e religião, o aborto e a união entre pessoas do mesmo sexo, foram
tratados de forma lateral no debate. Por causa da dinâmica do encontro, praticamente
não houve confronto direto entre os principais presidenciáveis.
Apesar de não
citarem diretamente o nome dos adversários, os três fizeram, nos primeiros
blocos, referências a pontos de propostas dos concorrentes.
No primeiro
bloco, os oito presidenciáveis responderam a uma pergunta única sobre o que
pensavam da proposta de reforma política apresentada pela CNBB.
Numa
referência indireta às mudanças no programa de governo de Marina, Aécio
defendeu a consistência de sua proposta.
— A minha
proposta de governo não foi construída no improviso nem se modifica ao sabor
dos ventos — afirmou ao tucano, acrescentando ser favorável à implantação do
voto distrital misto e do fim da reeleição.
Em seguida,
Marina, como vem fazendo nas últimas semanas, cobrou dos adversários a
apresentação de seus programas de governo.
— Nós
apresentamos um programa de governo, temos insistindo que é fundamental que
todas as candidaturas apresentem plano de governo.
A candidata do
PSB acrescentou que a sua proposta de reforma política “não é fechada”, mas
defendeu o financiamento público de campanhas.
— Hoje há uma
forte impressão que os políticos não representam o povo.
Dilma, por sua
vez, também de forma indireta, se referiu à posição de Marina de críticas aos
partidos
— Quando os partidos
não existem os poderosos mandam por trás da cena. É o caminho para ditadura ou
restrições das liberdades — disse a petista, que defendeu o plebiscito para
implantação da reforma política.
A petista se
disse favorável ao fim do financiamento privado das campanhas e ao fim das
coligações proporcionais.
No segundo
bloco, cada candidato respondeu uma pergunta feita por um bispo sem comentário
dos adversários. Sem a contraposição das respostas, o clima foi morno, com os
presidenciáveis ou exaltando feitos de suas gestões ou apresentando suas
promessas.
Marina foi
questionada sobre a sua propostas para a juventude. A candidata destacou que 56
mil pessoas são mortas por ano no país, sendo que a maioria é jovem.
— Vamos juntos
com o governo do estado ajudar a combater a violência.
Dilma exaltou
o relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o Mapa da Fome.
— De 2002 até
2013 reduzimos a proporção de brasileiros mal alimentados por causa de
programas sociais como o bolsa família, o aumento do salário mínimo, com duas
refeições por dia para crianças, o que diminuiu a mortalidade infantil,
portanto um aumento significativo da segurança alimentar — afirmou a candidata
do PT, ao ser indagada sobre o seu projeto para inclusão social.
Aécio teve que
responder como faria para acabar com o analfabetismo no país, caso eleito, e
optou por destacar os números de seu governo em Minas Gerais entre 2003 e 2010.
— Temos em
Minas a melhor educação fundamental do Brasil em todas as séries.
O tucano ainda
argumentou que não acabou com o analfabetismo do estado por culpa do governo
federal.
— O governo
federal não avançou em responsabilidade que deveriam ser suas.
No terceiro,
novamente sem os candidatos poderem se enfrentar, o clima mornou prosseguiu.
Marina foi indagada sobre os problemas de saneamento básico do país.
—Temos o
compromisso que as cidades possam ter o saneamento básico. E o governo federal
tem que se responsabilizar sobre esse tema junto aos prefeitos.
Sobre a
criminalização da homofobia, Aécio não respondeu se apoiaria a votação da PL
122, que já tramita no Congresso. Ele afirmou que é necessário discutir qual o
melhor instrumento.
— O que tenho
dito, para que não paire dúvida sobre nossa posição como vem pairando de outros
candidatos, há uma resolução do STF que consagra a união civil de pessoas do
mesmo sexo. Defenderei sempre que qualquer forma de discriminação seja crime. O
que precisamos é definir se a PL122 é o instrumento adequado, ou se
encontraremos outro texto.
Dilma , ao ser
questionada sobre a situação da saúde no país, se comprometeu com uma nova fase
do programa Mais Médicos em um eventual segundo mandato.
— Nós trouxemos mais de 14 mil médicos que deu
cobertura para 50 milhões (de habitantes). Agora, nós vamos fazer o Mais
Especialidades. O Mais Especialidades é o reconhecimento de que as pessoas
esperam muito nas filas, as pessoas precisam muito de ser atendidas por médicos
especialistas e também precisam fazer exames. O Mais Especialidades é a criação
de uma rede que integra laboratórios especialistas — afirmou a presidente,
acrescentando que o Mais Médicos levou profissionais para comunidades indígenas
que não tinham contato nenhum com profissionais de saúde.
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