O candidato do
PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, afirmou nesta segunda-feira em
Curitiba, no Paraná, que sua vitória seria a ‘libertação’ do país. “Exatos
quinze dias nos separam da libertação. Da libertação de um governo que vem
respeitando muito pouco a democracia. Que, como eu disse em Pernambuco, não
respeita seus adversários. Mas eu digo a eles, aqui do Paraná, preparem-se
porque nós vamos vencer e colocar a decência e a eficiência de novo a comandar
o destino dos brasileiros”, disse o tucano em discurso para lideranças
políticas regionais.
Ao lado do
governador reeleito Beto Richa (PSDB),
Aécio afirmou também que vai combater os ataques do PT – que antevê “pesados e
cruéis”. "Para cada ataque, vilania e calunia sobre nós, vamos responder
com dez verdades sobre eles, como tem dito José Serra [ex-governador de São
Paulo, eleito para o Senado] há vários anos". Também estava com Aécio o senador Alvaro
Dias, reeleito para o cargo com a maior votação porcentual
do país.
O
presidenciável tucano discursou durante dez minutos com a voz rouca. Pediu
mobilização para vencer a disputa e chegar ao último dia da eleição com
"empenho e dedicação" dos paranaenses. "Eu preciso muito do
apoio, solidariedade, mangas arregaçadas e do trabalho de cada um de vocês. Eu
vou fazer a minha parte. Serei a voz de cada um de vocês pelo Brasil. Mas peço
que vocês sejam, a partir do momento que saírem desse evento, a minha voz rouca
e corajosa por mudanças", disse o tucano.
Aécio fez
questão de agradecer a votação que recebeu no Paraná na primeira etapa da
disputa pela Presidência. O tucano obteve no Estado 3,018 milhões de votos - o
equivalente a 49,79% do total.
Dias antes do
fim do primeiro turno, o tucano divulgou de forma fatiada suas propostas de
governo nas redes sociais. Hoje, Aécio cobrou Dilma pela falta de clareza de
suas ações e por não entregar o documento com suas intenções para governar o
país em um segundo mandato. "Nós temos um projeto para o Brasil. Nosso
programa foi divulgado. Agora sou eu quem digo. A candidata oficial sequer tem
um programa de governo para apresentar ao Brasil. É um grande salto no
escuro."
Durante
entrevista coletiva, o presidenciável ainda fez questão de frisar o apoio
recebido pela candidata derrotada no primeiro turno, Marina Silva (PSB), e
confirmou que encontrará a ex-ministra do Meio Ambiente ainda nesta semana. Uma
reunião entre os dois está prevista para ocorrer em São Paulo. Marina já foi
convidada para aparecer ao lado de Aécio nas propagandas eleitorais no rádio e
na televisão, mas ainda não se pronunciou a respeito. "É possível que nós
estejamos juntos essa semana. Não definimos o dia. Falei com ela por telefone
mais uma vez depois do evento. Liguei pessoalmente para ela para agradecer a
clareza da sua manifestação", afirmou Aécio. Ele evitou, no entanto,
abordar qual papel Marina teria em um eventual governo. Disse apenas que Marina
representa uma "presença corajosa, firme e patriótica".
PMDB
- O
tucano ainda disse não sabe qual seria o papel do PMDB em um eventual governo.
"Sinceramente, nem pensei nisso. A minha relação é com as forças políticas
que estão no nosso entorno. Estou extremamente honrado com os apoios que tenho
recebido desde que saiu o resultado das urnas", disse. A declaração de
Aécio veio horas depois de Richa dizer que não é preciso excluir o PMDB em um
eventual governo tucano. O presidenciável afirmou que não está pensando em
nomes e que só pensará nisso se vencer as eleições.
Ao final do
discurso, Aécio citou o escritor Guimarães Rosa. "Um conterrâneo meu,
Guimarães Rosa, costumava dizer que na vida, o mais o importante não é a
largada nem a chegada. Guimarães nós ensinava que na vida - e na política isso
também é verdade - o mais importante é a caminhada. Me orgulho muito de fazer
essa caminhada ao lado de gente honrada", disse.
O tucano
encerrou a agenda em Curitiba com uma visita a Pastoral da Criança, onde
assinou um documento com compromissos futuros. Em um rápido pronunciamento,
lembrou a importância da nutrição infantil citando os filhos gêmeos, que têm
quatro meses de vida. "Um dos meus meninos ficou 65 dias internado em uma
UTI, o Bernardo. Se não fosse o atendimento adequado que ele recebeu, talvez
ele não estivesse aqui. Vamos criar na rede pública com um amplo programa para
crianças prematuras. Buscar ajuda para todo o Brasil, principalmente para as
regiões mais carentes, e garantir Atendimento adequado para evitar sequelas
para aquelas que nascerem com baixo peso", afirmou.
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