O governo
da Indonésia ameaçou reconsiderar a compra de material militar do Brasil após a
deterioração das relações entre os dois países devido à execução do brasileiro
Marco Archer Cardoso Moreira em janeiro, informou nesta terça-feira (24) a
imprensa local.
A Indonésia
chamou de volta, no sábado (21), seu representante no Brasil e apresentou um
protesto formal às autoridades brasileiras porque a presidente Dilma Rousseff se
recusou a receber as credenciais do novo embaixador indonésio, Toto Riyanto.
Após o
incidente, o vice-presidente da Indonésia, Jusuf Kalla, disse que Jakarta
poderia reconsiderar a compra de 16 aviões de combate EMB-314 Super Tucano e
lança mísseis de fabricação brasileira, segundo o jornal "The Jakarta
Post".
O país do
Sudeste Asiático também considera cancelar uma encomenda por sistemas de
lançadores múltiplos de foguetes.
O assunto
também foi mencionado pelo ministro das Relações Exteriores, Retno Marsudi. “A
Indonésia vai reavaliar todos os aspectos de nossa relação bilateral com o
Brasil”, disse o ministro, segundo o diário “Kompas”.
As relações
entre Brasil e Indonésia atravessam um período de crescente tensão desde que o
país asiático executou Marco Archer por tráfico de drogas, apesar do pedido de
clemência da presidente.
Dilma, que
chamou para consultas o embaixador em Jacarta após a execução de Marco Archer,
também pediu clemência para Rodrigo Muxfeldt Gularte, outro brasileiro
condenado por tráfico, cuja execução está prevista para este mês, por um
pelotão de fuzilamento.
Neste caso,
o Brasil pede a suspensão da execução e a hospitalização de Rodrigo, que sofre
de esquizofrenia, conforme admitiram as próprias autoridades da Indonésia.
O
presidente da Indonésia, Joko Widodo, que tomou posse em outubro, prometeu não
ter clemência com condenados por tráfico de drogas, apesar de ter recebido
telefonemas de líderes mundiais, incluindo Dilma, pedindo pelo perdão de
pessoas no corredor da morte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário