O Brasil
fechou o primeiro mês de 2015 com inflação de 1,24% pelo IPCA, a maior desde
fevereiro de 2003 (início do primeiro governo Lula), quando ela foi de 1,57%.
Em 12 meses
(desde fevereiro de 2014), o aumento dos preços chegou a 7,14% e estourou o
limite da meta definida pelo governo.
As
informações foram divulgadas nesta sexta-feira (6) pelo IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística), que calcula o IPCA (Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo).
O objetivo
do governo é manter a inflação em 4,5% ao ano, com tolerância de dois pontos
percentuais para mais ou para menos --ou seja, pode variar entre 2,5% e 6,5%.
Se a
inflação passar desse teto, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini,
tem que fazer uma carta aberta explicando o motivo do descumprimento da meta.
Conta de luz e passagem de ônibus e
metrô puxam alta
Os gastos
com habitação, alimentação e transporte foram os maiores responsáveis pela alta
dos preços.
Em
habitação, o aumento foi de 2,42%, puxado principalmente pela alta de 8,27% no
preço da energia elétrica.
As regiões
metropolitanas de Porto Alegre, São Paulo, Goiânia, Belo Horizonte, Belém,
Curitiba, Brasília, Campo Grande, Vitória, Rio de Janeiro, Recife e Fortaleza
tiveram aumento na conta de luz. Dentre todas as regiões pesquisadas, só teve
redução na conta a de Salvador (BA).
O reajuste
da passagem de ônibus e metrô em diversas cidades no início do ano também teve
impacto significativo na inflação.
Em janeiro,
os gastos com transporte subiram 1,83%, sendo os maiores aumentos registrados
no metrô (9,23%), no trem (8,95%) e no ônibus urbano (8,02%).
O grupo de
alimentos e bebidas, outro muito afetado pelo aumento de preços, teve inflação
de 1,48% no mês, com destaque para a batata-inglesa (38,09%), o feijão-carioca
(17,95%) e o tomate (12,35%).
Inflação acumulada de 27% no
primeiro governo Dilma
Em 2014, a
inflação fechou em 6,41%, dentro do limite da meta, puxada principalmente pelos
preços de alimentos e moradia.
A última
vez em que houve estouro da meta foi em 2003, primeiro ano do governo do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando a inflação encerrou a 9,3%.
Em 2011,
ano em que Dilma assumiu o governo, o índice ficou exatamente no limite máximo
do objetivo.
No primeiro
mandato da presidente Dilma, a inflação brasileira somou 27,03%, com alta anual
média de 6,17% ao ano.
Inflação e juros
O governo
tem sido criticado por deixar a inflação girar acima do centro da meta por mais
de quatro anos. A nova equipe econômica da presidente Dilma Rousseff,
encabeçada por Joaquim Levy no Ministério da Fazenda, começou anunciando
medidas de aperto fiscal.
Na última
reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, subiu a taxa
básica de juros (Selic) de 11,75% para 12,25% ao ano.
A Selic é
usada pelo BC para tentar controlar o consumo e a inflação, ou estimular a
economia. Quando os juros sobem, as pessoas tendem a gastar menos e isso faz o
preço das mercadorias cair, controlando a inflação, em tese. Por outro lado,
juros altos seguram a economia e fazem o PIB (Produto Interno Bruto) ficar
baixo.
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