O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu nesta sexta-feira (6) que o PT
sofreu desgastes no governo e lamentou que o partido tenha repetido vícios que
envergonham.
Segundo
ele, o PT pratica vícios que o partido sempre criticou na política tradicional.
"É neste ambiente que alguns cometem desvios que nos envergonham.
Precisamos dar um fim a essa situação", discursou ele, no aniversário de
35 anos do PT, em Belo Horizonte.
Num
discurso aos militantes, ele lamentou que "o PT tem se tornado cada vez
mais um partido igual aos outros".
O
ex-presidente explicou: "Cada vez mais deixando de ser um partido de base
para se transformar num partido de gabinete".
Para Lula,
muitos petistas "estão mais preocupados em se manter nos cargos. E essa é
a origem dos vícios da militância paga".
No
discurso, ele comparou a adoção de medidas amargas na área econômica ao
tratamento contra o câncer a que ele é Dilma foram submetidos. Para justificar,
ele disse que eles mesmos são obrigados a tomar medidas que não querem. Mas
apoiou a presidente.
"Faça
o que tiver que fazer. Faça, Dilma. Um erro desastroso nosso seria não atender
ao povo brasileiro".
Lula disse
que ficou tão indignado com a condução coercitiva do tesoureiro do PT, João
Vaccari Neto, para depor à Polícia Federal, que preferiu ler seu discurso.
"Eles
estão repetindo o mesmo ritual que começou em 2005, quando começaram as
denúncias que eles chamaram de mensalão", afirmou. "Na campanha,
Dilma foi vítima disso como poucas vezes vi ser", acrescentou.
Lula também
criticou a atuação da imprensa. "Achamos que tudo que acontece tem que de
ser informado. O critério da mídia é da criminalização do Partido dos
Trabalhadores, desde que nós chegamos ao governo. Eles trabalham com a
convicção de que é preciso criminalizar o partido, não importa se é verdade ou
não é verdade. O que importa é a construção da narrativa", disse.
Chamando o
ex-presidente FHC de "príncipe da sociologia", Lula disse que a
oposição não tem autoridade para atacar o governo.
"Nossos
adversários não se incomodam do prejuízo que causaram à Petrobras e ao Brasil.
Eles vão prestar contas à história", concluiu.
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