O preço da energia
elétrica deve subir 38,3% neste ano, segundo estimativa divulgada nesta
quinta-feira (12) pelo Banco Central. Em
janeiro deste ano, o BC previa uma alta menor para a energia elétrica: de
27,6%. A previsão faz parte da
ata da última reunião do Comitê de Política Econômica (Copom) do BC,
ocorrida na semana passada, quando
a taxa básica de juros da economia avançou para 12,75% ao ano – o maior patamar em seis anos.
De acordo com o Banco
Central, a estimativa de alta no preço da energia elétrica é reflexo do repasse
às tarifas do custo de operações de financiamento que foram contratadas em
2014.
Como o governo
anunciou, no início deste ano, que não pretende mais fazer repasses à Conta de
Desenvolvimento Energético (CDE) – um fundo do setor que financia ações
públicas – em 2015, os custos passam para os consumidores. As contas de luz
podem sofrer neste ano, ao todo, aumentos bem superiores aos registrados em
2014. O aporte do governo estava estimado em R$ 9 bilhões.
No início deste mês, as contas de luz dos brasileiros já
subiram, em média, 23,4%. A alta foi resultado da revisão extraordinária das
tarifas aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Ao todo, a
Aneel autorizou o reajuste das tarifas de 58 das 63 distribuidoras de energia
do país. Os cerca de 1,2 milhão de consumidores da AES Sul, que atende em 118
cidades do Rio Grande do Sul, terão o maior reajuste, de 39,5%.
Custo de produção maior
O custo de produção de
eletricidade no país vem aumentando principalmente desde do final de 2012, com
a queda acentuada no armazenamento de água nos reservatórios das principais
hidrelétricas do país.
Para poupar água
dessas represas, o país vem desde aquela época usando mais termelétricas, que
funcionam por meio da queima de combustíveis e, por isso, geram energia mais
cara. Isso encarece as contas de luz.
Também contribui para
o aumento de custos no setor elétrico o plano anunciado pelo governo ao final
de 2012 e que levou à redução das contas de luz em 20%. Para chegar a esse
resultado, o governo antecipou a renovação das concessões de geradoras (usinas
hidrelétricas) e transmissoras de energia. Por conta disso, elas precisaram
receber indenização por investimentos feitos e que não haviam sido totalmente
pagos até então. Essas indenizações ainda estão sendo pagas, justamente via
CDE.
Gasolina, gás de cozinha e telefonia fixa
O Banco Central
manteve em 8% a sua estimativa para a alta da gasolina neste ano – mesmo
patamar estimado em janeiro, na reunião anterior do Copom.
De acordo com o Banco
Central, a hipótese de alta no preço da gasolina reflete, em grande parte, o
aumento da tributação anunciada pelo governo recentemente, por meio da
Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), do Programa Integração
Social (PIS) e da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins).
Na ata do Copom
divulgada na manhã desta quinta-feira há ainda a estimativa de que o preço do
gás de cozinha tenha um aumento de 3,2% neste ano (previsão um pouco superior à
alta de 3% estimada em janeiro), enquanto que a telefonia fixa deve ter queda
de 4,1% em 2015. Em janeiro, o BC previa um aumento de 0,6% para a telefonia
fixa.
Preços administrados
Com a alta da
tributação sobre gasolina e fim de repasses para a conta de luz, o Banco
Central informou que prevê, para o conjunto de preços administrados (como
telefonia, água, energia, combustíveis e tarifas de ônibus, entre outros), um
aumento de 10,7% neste ano. Em janeiro, a alta prevista era menor: de 9,3%.
Comentários
Postar um comentário