Reunidos nesta
quarta-feira no gabinete do senador tucano Aécio Neves, os presidentes dos
partidos de oposição iniciaram uma discussão sobre a viabilidade de um pedido
de impeachment contra Dilma Rousseff, cujo segundo governo acaba de completar
cem dias. Os dirigentes oposicionistas decidiram: 1) aprofundar as avaliações e
buscar elementos que dêem base jurídica para o impeachment; 2) agir em conjunto
caso cheguem à conclusão de que o pedido de afastamento da presidente se
justifica.
Em entrevista, o presidente do PSDB
repetiu que o “impeachment não é uma palavra proibida.” Explicou que não há,
por ora, uma decisão dos partidos de oposição. “Mas temos o dever de avaliar
cada uma dessas denúncias e, se considerarmos que houve a caracterização de
crime de responsabilidade, esta é uma possibilidade prevista na Constituição.”
Estiveram com Aécio os
presidentes do PPS, Roberto Freire; do DEM, Agripino Maia; do Solidariedade,
Paulo Pereira da Silva; e do PV, José Luiz Penna. Conversaram sob o impacto da
prisão do tesoureiro do PT, João Vaccari Netto. “O que estamos vendo é o
agravamento da crise política, e cada vez ela chegando mais próxima do governo
e da própria presidente da República”, disse Aécio.
Aécio disse que a
oposição analisa “todos os crimes de responsabilidade que, eventualmente,
tenham sido cometidos pela presidente da República”. Avalia-se, segundo ele, “a
conexão dos recursos da propina com as suas duas eleições, as denúncias em
relação à Controladoria-Geral da União, que teria omitido durante a campanha
eleitoral informações e documentos que comprovariam já o pagamento de propina a
funcionários da Petrobras; a definição do Tribunal de Contas da União, através
do seu procurador, de que os Correios foram utilizados também de forma indevida
e criminosa durante a campanha eleitoral para favorecer a candidatura do PT, as
pedaladas fiscais que maquiaram os dados durante a campanha eleitoral, enfim,
um conjunto de evidências que, a meu ver, cada vez mais se aproximam do núcleo
de poder do PT e do Palácio do Planalto.”
Depois de unificar o
discurso, os presidentes das legendas oposicionistas receberam no Congresso
líderes de 25 grupos responsáveis pela convocação de protestos de rua
anti-Dilma. Esses grupos se juntaram num movimento que batizaram de “Aliança
Nacional dos Movimentos Democráticos”. Levaram uma carta com suas
reivindicações. Entre elas “apreciar com transparência os pedidos de
impeachment contra a presidente Dilma Roussef apresentados ao Congresso.”
Cabe ao presidente da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), fazer essa análise. E o deputado já declarou
que não cogita dar curso a um pedido de impeachment.
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