quarta-feira, 15 de abril de 2015

Partidos de oposição já cogitam o impeachment

Reunidos nesta quarta-feira no gabinete do senador tucano Aécio Neves, os presidentes dos partidos de oposição iniciaram uma discussão sobre a viabilidade de um pedido de impeachment contra Dilma Rousseff, cujo segundo governo acaba de completar cem dias. Os dirigentes oposicionistas decidiram: 1) aprofundar as avaliações e buscar elementos que dêem base jurídica para o impeachment; 2) agir em conjunto caso cheguem à conclusão de que o pedido de afastamento da presidente se justifica.

Em entrevista, o presidente do PSDB repetiu que o “impeachment não é uma palavra proibida.” Explicou que não há, por ora, uma decisão dos partidos de oposição. “Mas temos o dever de avaliar cada uma dessas denúncias e, se considerarmos que houve a caracterização de crime de responsabilidade, esta é uma possibilidade prevista na Constituição.”

Estiveram com Aécio os presidentes do PPS, Roberto Freire; do DEM, Agripino Maia; do Solidariedade, Paulo Pereira da Silva; e do PV, José Luiz Penna. Conversaram sob o impacto da prisão do tesoureiro do PT, João Vaccari Netto. “O que estamos vendo é o agravamento da crise política, e cada vez ela chegando mais próxima do governo e da própria presidente da República”, disse Aécio.

Aécio disse que a oposição analisa “todos os crimes de responsabilidade que, eventualmente, tenham sido cometidos pela presidente da República”. Avalia-se, segundo ele, “a conexão dos recursos da propina com as suas duas eleições, as denúncias em relação à Controladoria-Geral da União, que teria omitido durante a campanha eleitoral informações e documentos que comprovariam já o pagamento de propina a funcionários da Petrobras; a definição do Tribunal de Contas da União, através do seu procurador, de que os Correios foram utilizados também de forma indevida e criminosa durante a campanha eleitoral para favorecer a candidatura do PT, as pedaladas fiscais que maquiaram os dados durante a campanha eleitoral, enfim, um conjunto de evidências que, a meu ver, cada vez mais se aproximam do núcleo de poder do PT e do Palácio do Planalto.”

Depois de unificar o discurso, os presidentes das legendas oposicionistas receberam no Congresso líderes de 25 grupos responsáveis pela convocação de protestos de rua anti-Dilma. Esses grupos se juntaram num movimento que batizaram de “Aliança Nacional dos Movimentos Democráticos”. Levaram uma carta com suas reivindicações. Entre elas “apreciar com transparência os pedidos de impeachment contra a presidente Dilma Roussef apresentados ao Congresso.”


Cabe ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), fazer essa análise. E o deputado já declarou que não cogita dar curso a um pedido de impeachment. 

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