O dólar caiu mais de 3% nesta sexta-feira (23), maior queda diária em
quase dois anos, recuando para o patamar de R$ 2,35, reagindo fortemente
ao anúncio do Banco Central de intervir diariamente no câmbio até o fim
do ano, num programa com potencial deUS$ 60 bilhões de dólares
desenhado para conter a disparada da moeda norte-americana.
A moeda norte-americana encerrou o dia com queda de 3,23%, cotada a R$
2,3534 para a venda - a maior queda diária desde 23 de setembro de 2011. Veja cotação.
Apesar de ter atingido na quarta-feira o patamar de R$ 2,45 - a maior
cotação desde 9 de dezembro de 2008 - o dólar acumulou queda de 1,78% na
semana. No mês, entretanto, a moeda ainda tem alta de 3,1%. E no ano, a
valorização é de 15,1%.
Na noite de quinta-feira, o BC anunciou um programa de leilão cambial
que terá um cronograma diário de intervenção por meio da venda de swap
cambial tradicional - equivalente a venda no mercado futuro - e oferta
de linha, ou venda de dólares com compromisso de recompra. O objetivo,
segundo o BC, é "prover hedge cambial aos agentes econômicos e liquidez
ao mercado".
O plano aliviou a pressão sobre o câmbio brasileiro, que tem sofrido
com a expectativa de retirada de estímulos monetários nos Estados Unidos
e com a incertezas em relação à economia do país.
De segunda a quinta-feiras, até o fim do ano pelo menos, serão
ofertados US$ 500 milhões em leilões diários de swap cambial
tradicional. Já às sextas-feiras serão realizados leilões de linha –
venda de dólar no mercado à vista com compromisso de recompra – de até
US$ 1 bilhão.
O programa já começou a ser tirado do papel nesta sexta-feira, com
leilão de linha realizado com data de recompra 2 de janeiro de 2014.
O BC também divulgou durante a tarde os detalhes do primeiro leilão de
swap tradicional do programa, que ocorrerá na segunda-feira entre as
9h30 e as 9h40. A autoridade monetária ofertará 10 mil contratos com
vencimento em 2 de dezembro de 2013, sem finalidade de rolagem, e o
resultado será conhecido apartir das 9h50.
O dólar ultrapassou o patamar de R$ 2,45 na quarta-feira (21),
atingindo a maior cotação desde 9 de dezembro de 2008, com a maior
pressão vinda do mercado futuro. Na quinta-feira, a moeda teve
desvalorização de 0,78%, cotada a R$ 2,432.
Depois desse pico, analistas estão vendo um pouco menos depressão no
mercado de câmbio vinda do mercado futuro, já que investidores
estrangeiros estão reduzindo as apostas na valorização da moeda.
O real vinha sofrendo mais que outras moedas com a perspectivade
mudança da política monetária dos Estados Unidos por conta da
deterioração das expectativas dos investidores com a condução da
política econômica brasileira.
Na quinta-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse em entrevista ao G1
que a alta excessiva do dólar é passageira. “Essa excesssiva [alta] é
passageira. Para onde vai, nós não sabenos. Mas acho que depois da
turbulência do Fed, ela volta para patamares menores”, afirmou.
G1 Economia

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