Numa partida com poucas chances de gol, um lance de bola parada pode
ser decisivo. E foi numa falta cobrada por Pará, aos sete minutos de
jogo, que o Grêmio venceu o Flamengo por 1 a 0, neste sábado, no Mané
Garrincha, pela 16ª rodada do Brasileirão. O placar, no entanto, não
traduziu a superioridade do Tricolor Gaúcho, ainda que a partida tenha
sido de razoável nível técnico.
O Grêmio de Renato Gaúcho consolidou o resultado num esquema com três
zagueiros e três volantes no qual deu poucos espaços ao adversário. O
Flamengo de Mano Menezes, que teve péssima atuação, saiu de campo com
apenas duas chances de gol criadas no fim do jogo, ambas do atacante
Hernane.
Com o resultado, o Grêmio conseguiu sua quarta vitória seguida e, em
terceiro lugar, pula para 28 pontos ganhos. O Flamengo se mantém nos 19
pontos ganhos e perdeu a invencibilidade no Mané Garrincha, que teve
público de 20.580 pagantes, numa renda de R$ 951.590,00.
Os dois clubes voltam a jogar no Brasileirão no próximo fim de semana.
No sábado, o Tricolor Gaúcho receberá a Ponte Preta na Arena do Grêmio.
No domingo, o Rubro-Negro enfrentará o Corinthians, no Pacaembu. Antes
disso, tanto o Fla quanto o Grêmio terão duelos difíceis pela Copa do
Brasil na quarta-feira, quando receberão, respectivamente, Cruzeiro e
Santos, e terão de descontar as derrotas por 2 a 1 e 1 a 0. Pelo que se
viu neste sábado, a tarefa rubro-negra promete ser bem mais difícil.
Gol em sete minutos
Sete minutos. Foi esse o tempo suficiente para o Grêmio mostrar seu
cartão de visitas no Mané Garrincha. Nem precisava Chicão fazer a falta
sobre Kleber. Nem precisava André Santos abrir a barreira. Nem precisava
Pará cobrar firme, ainda que não fosse indefensável, e abrir o placar,
para o torcedor perceber nos primeiros 45 minutos a superioridade da
equipe gaúcha.
Com um meio-campo consistente, um ataque sempre perigoso, laterais que
apoiam com vigor e uma defesa sólida, o Grêmio se impôs logo na partida.
Ainda mais que, sem Elias, contundido, o Flamengo perdera o homem que
fazia bem a ligação com o ataque e tinha gás para consertar as falhas da
defesa. Com Cáceres e Val na frente de Chicão e González, a zaga se
mostrava muito lenta para suportar a chegada do veloz Alex Telles, pela
esquerda, e Souza e Riveros pelo meio para municiar os temíveis Barcos e
Kleber.
Tudo bem. Tirando a jogada de Kleber pela direita que encontrou Barcos
atrasado para conferir o centro rasteiro da linha de fundo, não houve
outra chance real de gol da equipe gaúcha. Mas o time mostrava mais
consistência, principalmente na marcação. E nos desarmes: foram 22,
contra oito da equipe rubro-negra.
Roubou 10 bolas, contra seis do
rival. Seu grande pecado foi errar tantos passes quanto o adversário:
foram 40 no total, 20 para cada lado. E se o Flamengo errava quase tudo,
especialmente em deixar Moreno e Paulinho perdidos no ataque, sobrou
apenas uma pequena inspiração na bela jogada individual de André Santos
sem sequência.
Mexidas no Fla
Mano Menezes sabia que era necessário mexer. Sacou Val e Fernando, pôs
Nixon e Adryan. A intenção era criar mais opções de ataque, com o
primeiro abrindo pelo lado direito, o segundo mais centralizado.
Mas o
Grêmio se mantinha fechadinho, dando pouco espaço. Renato Gaúcho queria
pegar o Flamengo no contra-ataque.
A equipe gaúcha continuava eficiente nos desarmes. O Flamengo esbarrava
na limitação técnica para encontrar espaços. Ficou mais longe do empate
do que em levar o segundo gol. Foi Barcos que explodiu o travessão, aos
20 minutos, após centro de Ramiro.
O técnico rubro-negro voltou a mexer no time. Sacou o novato Digão,
muito nervoso na partida, para lançar Hernane. Com isso, deslocou
Paulinho para a lateral direita. Mas era o Grêmio que chegava mais perto
do gol. E Barcos obrigou Felipe a fazer grande defesa. Hernane ainda
tentou o empate por duas vezes, bem no fim. Mas seria injusto. O Grêmio,
mais organizado, mereceu o resultado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário