Encarregado de propor alterações no sistema político e eleitoral, o
grupo de trabalho da reforma política decidiu nesta quinta-feira (12)
modificar de quatro para cinco anos a duração dos mandatos eletivos. Na
semana passada, os 16 parlamentares do comitê já haviam decidido sugerir
o fim da reeleição para os cargos do Executivo.
A proposta discutida nesta quinta ainda precisa ser apreciada pelos
plenários da Câmara e do Senado antes de virar lei. Não há previsão de
quando os projetos da reforma política serão votados pelos deputados
federais e senadores.
Apesar de terem decidido modificar a duração dos mandatos, os deputados
do grupo coordenado pelo deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) deixaram
pendente a definição sobre os mandatos de senadores. Atualmente, os
integrantes do Senado se elegem para mandatos de oito anos.
O colegiado que discute mudanças nas regras eleitorais estuda reduzir
esses mandatos para cinco anos ou elevá-los para 10 anos. Segundo o
deputado Marcelo Castro (PI), representante do PMDB no grupo, os
parlamentares optaram por postergar a definição sobre os mandatos de
senadores para outro momento, para terem a possibilidade de consultá-los
sobre o tema.
Castro disse que fez uma pesquisa informal entre os 81 deputados do
PMDB sobre a eventual redução dos mandatos de senadores. De acordo com o
parlamentar do Piauí, 80% da bancada peemedebista avalizou diminuir
três anos dos mandatos do Senado.
Coincidência das eleições
Além de deliberar sobre a duração dos mandatos, os representantes do comitê da reforma política avalizaram unificar todas as eleições do país em um único dia, a partir de 2018. No último encontro do grupo, havia ficado decidido que as eleições, que hoje ocorrem de dois em dois anos, passariam a ocorrer no mesmo ano.
Além de deliberar sobre a duração dos mandatos, os representantes do comitê da reforma política avalizaram unificar todas as eleições do país em um único dia, a partir de 2018. No último encontro do grupo, havia ficado decidido que as eleições, que hoje ocorrem de dois em dois anos, passariam a ocorrer no mesmo ano.
Para viabilizar a coincidência dos pleitos, os deputados avaliam propor
que, em 2016, os prefeitos e vereadores eleitos ocupem um mandato
tampão de dois anos, a fim de possibilitar que em 2018 todos os cargos
eletivos sejam escolhidos em uma mesma votação.
Janela de infidelidade
Em meio à reunião desta quinta, o deputado Marcelo Castro propôs que o grupo colocasse em votação proposta que abre uma janela de um mês para que políticos com cargos eletivos possam trocar de partido sem correr o risco de ficar sem mandato. Atualmente, resolução do Tribunal Superior Eleitoral proíbe a troca de legendas, exceto em situações específicas, como na fundação de novas siglas.
Em meio à reunião desta quinta, o deputado Marcelo Castro propôs que o grupo colocasse em votação proposta que abre uma janela de um mês para que políticos com cargos eletivos possam trocar de partido sem correr o risco de ficar sem mandato. Atualmente, resolução do Tribunal Superior Eleitoral proíbe a troca de legendas, exceto em situações específicas, como na fundação de novas siglas.
Castro defendeu diante dos colegas de colegiado que não é razoável não
existir um período específico, ainda que reduzido, para a migração
partidária. Ele sugeriu que essa janela seja aberta sempre sete meses
antes das eleições e dure 30 dias.
"Defendemos o princípio da fidelidade partidária, mas não defendemos a
fidelidade partidária eterna porque isso não existe em nenhuma relação
humana", ressaltou o peemedebista.
Irritado com a proposta, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) advertiu que
iria obstruir as votações caso o comitê colocasse a proposta de Castro
em votação. “A janela seria um balcão [de negócios]”, ironizou.
Em razão da resistência de Maia e do baixo quórum da sessão, os
deputados decidiram adiar a análise do projeto da janela de
transferência partidária. Não há previsão de quando o assunto será
colocado em pauta.
Próximo encontro
Na próxima reunião do colegiado, agendada para quinta (19), os parlamentares irão discutir alternativas de mudanças no sistema eleitoral. A previsão é de que sejam debatidas quatro propostas.
Na próxima reunião do colegiado, agendada para quinta (19), os parlamentares irão discutir alternativas de mudanças no sistema eleitoral. A previsão é de que sejam debatidas quatro propostas.
Indicado pelo PV para o grupo, o deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ) irá
defender o sistema distrital misto, que é a combinação do distrital com o
proporcional (podendo ser esta segunda parte eleita ou em lista aberta
ou em lista fechada). O deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), por outro
lado, irá detalhar a proposta de sua legenda de eleições proporcionais
com lista fechada. Neste modelo, o voto é no partido, que organiza uma
listagem; o vencedor é definido pela ordem na relação.
Representante do PP, o deputado Espiridião Amin (SC) discutirá a
proposta de se implantar no país o distritão, modelo no qual são eleitos
os candidatos mais votados da cidade ou do estado. Já o deputado Júlio
Delgado (PPS-MG) foi convidado a debater o sistema proporcional, que é o
modelo em vigor.
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