A Rússia entregou nesta quarta-feira (11) aos Estados Unidos o plano
para colocar o arsenal de armas químicas sírias sob controle
internacional, informaram agências de notícias russas.
"Entregamos aos americanos um plano para colocar as armas químicas
sírias sob controle internacional, esperamos poder debater isto em
Genebra, onde estão reunidos diplomatas dos dois países", disse uma
fonte da delegação russa.
Na quinta-feira (12), o secretário de Estado norte-americano, John
Kerry, deve se reunir com o chanceler russo, Sergei Lavrov, em Genebra,
para discutir detalhes do plano.
Uma fonte russa em Genebra, citada pela agência de notícias Itar-Tass, indicou que esta reunião pode durar vários dias.
"O encontro deve ter início na quinta-feira e ser concluído na sexta, mas poderá se estender até sábado", declarou a fonte.
A Rússia anunciou ter proposto aos seus aliados sírios colocar sob
controle internacional seus estoques de armas químicas, uma proposta
aceita por Damasco.
Lavrov "tem ideias interessantes sobre os meios que podem nos levar a
esta proposta", afirmou nesta quarta-feira John Kerry, que fez essas
declarações durante um fórum online: "Se nós pudermos realmente
neutralizar todas as armas químicas da Síria por este meio, seria
claramente o meio mais adequado, e de longe, uma verdadeira conquista",
afirmou.
Os Estados Unidos, no entanto, permanecem reticentes sobre o êxito
desta empreitada, e reafirmaram, junto à França, seu compromisso militar
de intervir contra o regime sírio se os esforços diplomáticos
fracassarem.
Os presidentes americano, Barack Obama, e francês, François Hollande,
temem que esta guinada na situação síria se trate de uma manobra para
adiar mais um ataque, mas não podem rejeitar a mão que Damasco e seu
aliado russo estão estendendo.
A França seguirá "mobilizada para punir a utilização de armas químicas
por parte do regime sírio e dissuadir o país de reincidir", anunciou o
presidente francês ao final de um conselho de defesa.
Durante esta reunião, Hollande "ressaltou a determinação da França de
explorar todas as vias no Conselho de Segurança das Nações Unidas para
permitir, o quanto antes, um controle efetivo e verificável das armas
químicas presentes na Síria", afirma um comunicado.
Essas declarações foram feitas um dia após o discurso de Barack Obama,
que considerou a proposta russa de submeter as armas químicas ao
controle internacional como um sinal de esperança.
"Esta iniciativa tem o potencial de remover a ameaça das armas químicas
sem o uso da força, particularmente porque a Rússia é um dos mais
fortes aliados de Assad", declarou o presidente, que também reconheceu
que é muito cedo para saber se a proposta terá êxito.
Obama pediu ao Congresso que adie a votação de autorização de uma ação militar contra a Síria.
Já o guia supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, um fiel aliado do
regime sírio, anunciou que espera que a decisão de Washington de
aguardar os resultados da proposta russa seja séria. (Com AFP).


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