O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e
ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Marcelo Neri, disse
nesta terça-feira (1) que a preocupação com a interrupção
na queda do analfabetismo no Brasil, detectada no ano passado pela
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), é "exagerada".
"Embora esta preocupação com o analfabetismo seja meritória, talvez
seja exagerada. Houve um salto dos anos de estudo maior do que qualquer
ano da série, com exceção de 2006. A queda do analfabetismo, no ano que
passou, deu um salto [de melhora] de 2009 a 2011 e na série passada [em
2012] ficou parada. Mas os anos de estudo, que tinham avançado pouco
[nos anos anteriores] e desigualdade de anos de estudo, agora foram para
cima", declarou Neri a jornalistas, acrescentando que o Brasil tem
melhora, em sua visão, a educação básica.
A taxa de analfabetismo no Brasil parou de cair, segundo dados da
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) divulgada na última
sexta-feira (27). Em 2012, a taxa de analfabetismo das pessoas de 15
anos ou mais de idade foi estimada em 8,7%, o que correspondeu ao
contingente de 13,2 milhões de analfabetos. Em 2011, essa taxa foi de
8,6% e o contingente foi de 12,9 milhões de pessoas.
De acordo com Marcelo Neri, a interrupção da queda do analfabetismo, em
2012, pode estar relacionada com a maior expectativa de vida da
população brasileira.
"É difícil educar as pessoas mais velhas. É um desafio importante. O
Brasil tem o 'Brasil Alfabetizado'.
Desde o tempo do mobral, é uma coisa
difícil. É mais difícil quando a população pobre, analfabeta, começa a
viver mais. Os pobres estão tendo um salto de anos de vida, de
expectativa de vida. Antigamente, o analfabeto pobre morria mais cedo.
Agora, vive mais. Fica ali pesando na estatística da taxa de
analfabetismo", afirmou ele.
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