Dois anos após a ação dos governos estadual e municipal na Cracolândia,
no Centro de São Paulo, o prefeito Fernando Haddad (PT) anunciou nesta
segunda-feira (6) que não adotará medidas "higienistas" e irá lançar um
programa para oferecer trabalho aos dependentes químicos que vivem nas
ruas da região.
A Cracolândia voltou a chamar atenção das autoridades públicas após a
construção de uma favela que se formou nas ruas Dino Bueno e Helvétia
com a montagem de barracas sobre as calçadas.
“Nós estamos tratando isso como um problema de saúde, nós não vamos
tratar com violência. Nós temos que aprender com o passado, não podemos
repetir os erros já cometidos. Então vamos afastar qualquer tipo de
abordagem higienista”, afirmou Haddad.
Segundo o prefeito, a gestão municipal está conversando há cerca de um
mês com as lideranças dos dependentes que vivem nas ruas na região da
Cracolândia.
Para minimizar os impactos negativos e tentar modificar a paisagem do
local, o prefeito promete adotar um modelo europeu para auxílio de
pessoas em situação de rua que são dependentes químicos.
“Nós vamos adotar um programa que está sendo terminado agora. Hoje
tenho a tarde inteira de trabalho sobre esse tema. Estive com o
governador semana passada para tratar desse tema. Estamos há um mês com
as equipes interagindo para voltar à região de maneira civilizada, dando
alternativas para aquelas pessoas”, ressaltou.
“Nós vamos adotar um programa muito parecido com um programa que hoje
tem um apelo muito forte na Holanda de inspiração canadense, que é
oferecer pela própria Prefeitura trabalho para aquelas pessoas”, afirmou
Haddad.
De acordo com o prefeito, uma pesquisa realizada com os dependentes
químicos da região mostra que a grande maioria das pessoas que vivem no
local é formada por ex-presidiários. “A grande maioria das pessoas são
egressas do sistema prisional. São pessoas que tem grande dificuldade de
ressocialização, não conseguem emprego e não conseguem voltar para o
seio familiar”, destacou.
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