Após decidir não indicar os novos nomes para chefiar os ministérios da
Agricultura e do Turismo, a bancada do PMDB na Câmara discute
internamente a possibilidade de se afastar ainda mais do governo.
Deputados reclamam da falta de espaço dada aos peemedebistas no governo
federal e e parte deles planeja discutir uma pauta própria no Congresso.
No último dia 5, a desistência em ocupar os ministérios saiu depois de o
partido receber sinalização do Palácio do Planalto de que não seria
agraciado no comando de mais uma pasta. A bancada também ficou
incomodada com a recusa da presidente em indicar o senador Vital do Rêgo
(PB) para o Ministério da Integração Nacional.
Com 75 deputados, a bancada do PMDB é a segunda maior da Câmara – atrás
apenas da bancada do PT, com 88 parlamentares. Na próxima terça-feira
(11), o grupo realiza novo encontro para avaliar o impacto político da
decisão da última semana e discutir a pauta que o partido quer colocar
no Congresso.
"Ou o governo muda de postura ou o partido não tem que estar dentro do
governo. A minha proposta é devolver todos os cargos que o PMDB ocupa
hoje, não só os de ministro. Sou a favor de uma postura independente nas
votações no Congresso", disse o deputado Osmar Terra (RS), integrante
da corrente do PMDB que faz mais oposição ao governo.
Ao anunciar a não indicação dos novos ministros, o líder do partido,
deputado Eduardo Cunha (RJ), declarou na última quarta-feira que o apoio
ao governo permaneceria, mas reconheceu o desejo contrário de ala mais
radical no partido.
"Nossa posição nesse momento é estarmos apoiando o governo sem cargos
[...]. Uma minoria que foi vencida queria uma decisão mais radical. Nós
vamos continuar debatendo", declarou.
Para um dos vice-líderes do PMDB na Câmara, Danilo Forte (PE), a
reunião de terça-feira servirá para o partido afirmar o interesse em
pautas que contrariam o governo, principalmente, pelo impacto nos cofres
públicos.
"Tem a questão da lei da emancipação municipal [que permite a criação
de municípios], que foi vetada e precisaremos analisar o veto em breve. E
a proposta do piso salarial para os agentes de saúde", disse Forte.
Para Osmar Terra, a reunião de bancada poderá definir afastamento ainda maior em relação ao governo. "A decisão de quarta-feira foi um grito de alerta. O PMDB está dizendo que está insatisfeito com essa aliança. Se precisar avançar, vamos avançar na entrega de todos os cargos", declarou.
Para Osmar Terra, a reunião de bancada poderá definir afastamento ainda maior em relação ao governo. "A decisão de quarta-feira foi um grito de alerta. O PMDB está dizendo que está insatisfeito com essa aliança. Se precisar avançar, vamos avançar na entrega de todos os cargos", declarou.
O deputado Darcísio Perondi (RS), também integrante da corrente de
maior oposição ao governo, disse não acreditar na possibilidade do fim
da aliança entre PT e PMDB, apesar das divergências nos estados para o
lançamento de candidaturas próprias nas eleições deste ano. O
parlamentar, no entanto, afirma que pode haver um "endurecimento" das
reações do PMDB ao governo.
"Ruptura não vai acontecer, mas digo que pode haver endurecimento. Acho
que o PMDB não sai do governo, mas existe uma crise que precisa ser
gerenciada [...]. Se não houver avanços, a inconformidade da bancada vai
crescer, o que compromete as alianças", declarou Perondi. Para o
parlamentar, além de cargos no governo, o PMDB quer o reconhecimento de
propostas defendidas pela sigla.
“Parece que as propostas do PMDB para o governo não são aceitas, e a
bancada está assustada, sentida e com medo de ficar reduzida depois das
eleições”, declarou.

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