O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal
(STF), reconsiderou nesta terça-feira (20) decisão tomada na véspera e
autorizou a manutenção de 11 prisões da operação Lava Jato, da Polícia
Federal (PF), entre as quais a do doleiro Alberto Youssef, suspeito de
comandar um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Somente o
ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras Paulo Roberto Costa
foi autorizado a permanecer em liberdade.
Segundo a Justiça Federal, além do ex-dirigente da estatal de petróleo,
há mais dez presos no Brasil e um no exterior. Também há um acusado
foragido.
A decisão de Zavascki foi tomada após o juiz federal do Paraná Sérgio Moro advertir que havia risco de fuga para o exterior.
Na segunda-feira (19), ao analisar um pedido de Paulo Roberto Costa,
um dos 12 presos na operação da PF, o magistrado da corte superior
determinou a suspensão de todas as ações penais e dos inquéritos
relacionados ao caso, além de ordenar a remessa dos processos ao
Supremo. No entanto, o ministro não listou em seu despacho o nome dos
presos que deveriam ser libertados.
Diante da decisão, o juiz do Paraná tomou a iniciativa de indagar o
ministro, por meio de ofício, sobre o alcance do despacho. No
comunicado, Moro esclareceu que havia mandado soltar Paulo Roberto
Costa, mas pediu informações adicionais sobre a situação dos demais
presos.
Ao responder à Justiça Federal na segunda-feira, Zavascki levou em
consideração as ponderações do juiz federal sobre a possibilidade de
fuga, e autorizou que 11 réus da operação Lava Jato fossem mantidos
presos. Com isso, somente Paulo Roberto Costa ficará em liberdade. Ele
foi solto na segunda após o STF determinar sua soltura.
"Em face das razões e dos fatos destacados nas informações
complementares, autorizo, cautelarmente, que se mantenham os atos
decisórios, inclusive no que se refere aos decretos de prisão", escreveu
Zavascki no despacho.
Segundo o ministro, o Supremo vai decidir, posteriormente, se o
processo contra os supeitos que não têm foro privilegiado deve ser
enviado para a primeira instância. Também caberá aos magistrados do STF
analisar a legalidade dos atos praticados até o momento.
Na decisão que libertou Paulo Roberto Costa, Zavascki apontou uma
possível ilegalidade nos atos do juiz do Paraná na operação Lava Jato.
Segundo o ministro, Moro deveria ter enviado o processo ao Supremo assim
que surgiram os primeiros indícios de envolvimento de parlamentares com
foro privilegiado, como é o caso dos deputados André Vargas (sem
partido-PR) e Luiz Argôlo (Solidariedade-BA).
O Ministério Público Federal do Paraná (MPF-PR) afirmou, por meio de
sua assessoria de imprensa, que analisa, em conjunto com a
Procuradoria-Geral da República (PGR), a decisão do ministro do STF que
determinou a libertação de Paulo Roberto Costa. Os procuradores da
República ainda não definiram, porém, se irão tentar reverter a decisão
de soltura do ex-diretor da Petrobras.
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