Restando onze dias para
o fim do atual mandato de governador do Rio Grande do Norte, o ex-aliado de
Rosalba, o ministro da Previdência, Garibaldi Filho, disse lamentar que sua
antiga parceria política não tenha feito um bom governo. Provocado pela
reportagem, ele preferiu não crucificar a adversária. Pelo contrário: enalteceu
pontos do governo do DEM, como a conquista do programa “RN Sustentável”, que
favorecerá, segundo ele, o início da gestão Robinson.
“Eu fui um aliado de
Rosalba. Não quero de maneira nenhuma contribuir para a penalização ou o
julgamento mais desfavorável do seu governo”, disse o ministro, ao ser instado
a falar sobre o atraso nos salários, principal marca administrativa (negativa)
de Rosalba na metade final do seu mandato.
Segundo Garibaldi, o
papel de cobranças políticas ao governo estadual, desde que ele passou à
oposição, em agosto de 2013, foi exercido. No entanto, sua linha de conduta
política pessoal nunca foi de radicalismo ou exacerbamento. “O que nós tínhamos
de cobrar de Rosalba, nós já cobramos. Como eu sempre cobrei, sem maiores
exarcebamentos. Porque eu não sou de fazer cobranças desse tipo, dessa
conotação”, frisou.
Aspectos
Para o ministro, num
balanço dos dias de hoje, é possível afirmar que o governo Rosalba não foi de
todo ruim. Segundo ele, alguns aspectos do governo Rosalba merecem as luzes do
reconhecimento, como o não endividamento do Tesouro Estadual e o empréstimo de
540 milhões de dólares ao Banco Mundial, dentro do programa estatal denominado
“RN Sustentável”.
“Eu lamento que ela não
tenha cumprido as promessas de campanha, mas, também não vamos dizer que ela
não contribuiu em alguns aspectos. Pelo menos não endividou o Estado. Pelo
contrário, deixou até alguns programas frutos de empréstimos para serem
executados pelo novo governo”, disse o ministro.
Ministro fala em renovação e reestruturação do PMDB no Estado
Novos quadros para novas
lutas políticas. Após a derrota para o governo do Estado, o PMDB do Rio Grande
do Norte deverá se renovar e se reestruturar. É isso que pensa o ministro da
Previdência, Garibaldi Filho. Na avaliação dele, o partido deve se preparar
para novas lutas. “Aluízio Alves, que foi sempre um grande líder, o nosso
grande líder, dizia: ‘a luta continua’. A luta vai continuar”, afirmou.
Instado a falar sobre o
futuro do PMDB, Garibaldi disse que o partido deve se preparar. Ele reconhece a
derrota do presidente da Câmara como “um resultado inesperado”, mas realça a
manutenção da bancada na Assembleia Legislativa, com cinco parlamentares, e a
eleição de “apenas um deputado” para a Câmara Federal, em função da “união de
forças” que ensejou um número menor de candidaturas peemedebistas a cargos
proporcionais.
“É se preparar. O PMDB
teve agora um resultado inesperado com relação à disputa pelo governo do
Estado. Com relação à bancada na Assembleia Legislativa, manteve a bancada. Na
Câmara Federal, elegeu apenas um deputado. Em função da própria união de forças,
o PMDB deixou de ter outros candidatos nas eleições proporcionais”, avaliou
Garibaldi.
Entretanto, segundo o
ministro, o partido está de pé. “Caberá a nós que temos uma representação na
Câmara Federal, no Senado, que é o meu caso agora, na Assembleia Legislativa,
ao deputado Henrique, que, esperamos, vai continuar no cenário nacional… vai
caber a nós continuarmos a ser fiéis ao grande legado desse partido, que no
plano nacional nos lembra a performance de defesa da democracia, frente Ulysses
Guimarães”, destacou.
No estado, Garibaldi,
Henrique “e tantos outros”, segundo o ministro, sempre se constituíram em
defensores do programa e da mensagem do PMDB. “Nós temos confiança de que as
novas gerações estão aí e virão e nós temos que renovar o partido, temos que
reestruturá-lo e levá-lo a novas vitórias”, afirmou.
Otimista em relação ao
futuro do PMDB no Estado, Garibaldi reforçou que as vitórias obtidas pelo PMDB
em 2014, sobretudo a de Walter Alves para a Câmara federal e a dos demais
vencedores do PMDB na Assembleia Legislativa, ensejarão novas vitórias no
futuro. “Eu acredito que vamos levar o PMDB a novas vitórias. Tivemos a vitória
de Walter na Câmara Federal e vamos à luta”, finalizou.
Garibaldi
avisa que o PMDB vai vigiar os “equívocos do Governo Robinson Faria”.
O ministro da
Previdência, Garibaldi Filho (PMDB), ressaltou que o PMDB, após a derrota nas
urnas na eleição para o governo do Estado este ano, praticará uma oposição sem
radicalismo ao futuro governo. Mas estará atento e vigilante “para dar a César,
o que é de César”. Ou seja, ao governador Robinson Faria (PSD) o que merecer
pelo exercício do cargo que desempenhará a partir de 1º de janeiro.
“Vamos aguardar. Na
Assembleia Legisaltiva, onde vai se travar a luta entre oposição e governo, nós
vamos fazer, acredito, pela nossa bancada, uma oposição que venha a dar a César
o que é de César, como diz o Evangelho, que venha a dar a Robinson o que é de
Robinson, não procurando realmente radicalizar, mas atenta e vigilante, essa
bancada, aos erros e aos equívocos que ele venha cometer”, afirmou.
A expectativa de
Garibaldi, quanto ao futuro governo, é que possa acertar. Em verdade, segundo o
ministro, devido à situação do Estado, Robinson Faria não terá margem para
erros. “Minha expectativa é que ele possa acertar, porque ele não pode errar.
Na verdade, a situação é tão difícil que isso vai ser exigido dele”, frisou o
peemedebista, destacando que as dificuldades do Estado são inúmeras, e que, até
mesmo montar uma boa equipe de auxiliares não é tarefa fácil. “Primeiro que ele
constitua uma equipe que possa efetivamente ajudá-lo e nós sabemos que isso não
está sendo fácil, acredito, até pelas notícias que se tem”, frisou o ministro.
Outro grande desafio do
novo governo, segundo o ministro da Previdência, é começar a cumprir com o
dever elementar de pagamento da folha salarial dos seus funcionários e
servidores públicos. “O novo governador está aí diante de um desafio muito
grande”, afirmou, ressaltando a necessidade de se atuar para melhorar o atual
momento de dificuldade por que passa o Estado. “E só nos resta dizer que vamos
aguardar e vamos lutar por um RN melhor de que o que nós estamos vendo hoje,
com relação ao cenário de hoje”, afirmou.
Política
De provável aliado a
adversário político. É assim que a política do Rio Grande do Norte tratou de
posicionar os líderes Garibaldi Filho, ex-governador do Estado por duas vezes,
ex-prefeito de Natal, atual senador da República licenciado para ocupar a
função de ministro de Estado, e o governador eleito Robinson Faria.
Juntos como aliados e
parceiros do governo Rosalba Ciarlini (DEM), juntos na oposição a este mesmo
governo no final do mandato, chegaram a conversar sobre aliança eleitoral para
as eleições de 2014, em que o PMDB indicaria o deputado estadual Walter Alves
(PMDB) para ser vice de Robinson, mas o ministro já havia se comprometido com a
candidatura do primo, o atual presidente da Câmara dos Deputados, Henrique
Alves.
Como Robinson não abriu
mão, “obstinadamente” para uns, “ansiosamente” para outros, de disputar o
governo, batalhou eleitoralmente contra Henrique, o candidato de Garibaldi, e
venceu o pleito. A partir de janeiro de 2015, Robinson sairá da condição de
oposição em que se encontrava ao lado de Garibaldi para a de governo, desta
feita ocupando a principal função, a de governador. E, a Garibaldi, restará o
papel que as urnas lhe delegaram: continuar na oposição. Desta feita, não mais
a Rosalba Ciarlini, mas a Robinson Faria.
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