A Aneel
(Agência Nacional de Energia Elétrica) pretende abrir duas audiências públicas
neste mês que refletirão em aumentos de preços para os consumidores até o mês
de março.
Os
processos tratarão dos reajustes extraordinários de todas as distribuidoras de
energia elétrica (de uma só vez) e também do aumento do valor das bandeiras
tarifárias.
O primeiro
caso é específico para o repasse da conta de 2015 do setor elétrico para o
consumidor.
Sem ajuda
do Tesouro, as tarifas terão de cobrir todas as despesas do ano ao fundo do
setor elétrico, a CDE.
Nesta
terça-feira (3), a Aneel fixou em R$ 21,8 bilhões a parte do gasto que recairá
sobre a tarifa dos consumidores.
Após chegar
a esse valor, a agência definiu impacto de 3,89% para consumidores de energia
no Norte e Nordeste e de 19,97% para o Sudeste e demais regiões. A Aneel diz
que essa diferença está prevista na legislação, que impede dar pesos iguais
para as regiões do país na divisão da CDE. Norte e Nordeste sempre pagam menos.
A partir
daí a agência poderá começar a aprovar os reajustes extraordinários das
empresas de distribuição que fizerem solicitação à agência.
"Quem
define se haverá recurso do Tesouro [para pagamento da CDE] é o Tesouro. Cabe a
Aneel calcular todos os recursos e fixar a cota para custear todos os
gastos", disse o diretor-geral da agência, Romeu Rufino.
Diante da
dificuldade de caixa das distribuidoras de energia, a agência deve aprovar esse
repasse na forma de reajuste extraordinário das tarifas para todas as empresas,
inclusive as que tiveram reajustes aprovados nesta terça-feira.
O
percentual específico para cada empresa será tratado na audiência pública e
deve valer já nas contas de luz a partir de março.
Bandeiras
Sobre a
mudança nas bandeiras tarifárias, o diretor da reguladora, Romeu Rufino,
explicou que, com os preços atuais, ainda não se consegue atingir o chamado
"realismo tarifário".
O motivo
seria que os valores vigentes, de R$ 1,50 ou R$ 3 a cada 100 kWh, não
contemplam outros gastos extraordinários, como a compra extra de energia ou
risco hidrológico (capacidade prevista para entrega de energia das usinas, mas
não entregue).
"Parte
do que seria tratado no processo tarifário normal é deslocado para bandeira
tarifária. Isso dá sinal de preço, da variação do preço da energia para o
consumidor", explicou.
Sem dizer
qual pode ser o novo valor das bandeiras, Romeu indicou apenas que deve haver
um aumento.
A agência
programa ainda uma campanha explicativa, que será de responsabilidade das
distribuidoras de energia, para repassar melhor informações aos consumidores
sobre como funcionam as bandeiras tarifárias e como eles podem se programar
para manter seus gastos dentro do patamar desejado.
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